Resumo

Título do Artigo

Análise do Modelo de Ohlson para empresas brasileiras: uma abordagem de cointegração para dados em painel
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Modelo de Ohlson
Dados em painel
Cointegração

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital e Valor

Autores

Nome
1 - Júlio Pereira de Araújo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Recife
2 - Marcos Roberto Gois de Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - DCA

Reumo

Os participantes do mercado de capitais estão sempre à procura de ações de valor e de um método de avaliação válido que irá levá-los ao valor inerente à ação. Entre os fatores que podem influenciar os preços das ações, as informações das demonstrações contábeis têm um lugar importante. Uma vez que essa fonte de informação é obrigatória, com elevado grau de quantificação e padronização, o interesse dos investidores e a sensibilidade à sua divulgação são consideráveis.
Problema de pesquisa: as variáveis contábeis utilizadas no modelo de Ohlson conseguem prever sozinhas os movimentos futuros dos preços das ações no mercado brasileiro, sem a necessidade de estimar o vetor “outras informações” contido no modelo? Objetivo: verificar se existe relação de equilíbrio de longo prazo entre o preço das ações e as variáveis valor contábil do PL e lucros anormais, contidas no modelo de Ohlson. Para isso, buscou-se confirmar se a metodologia de cointegração para o modelo de Ohlson funciona para a previsão do valor das empresas brasileiras.
O Modelo de Ohlson (1995) é derivado do método de fluxo de dividendos. Nele, o valor de uma empresa é calculado como o somatório do valor contábil do PL da companhia com o valor presente dos lucros residuais (anormais) esperados (GALDI, TEIXEIRA E LOPES, 2008). O modelo satisfaz muitas propriedades atraentes e fornece uma referência útil quando se conceitua como o valor de mercado se relaciona com dados contábeis e outras informações (OHLSON, 1995).
Foi utilizada a metodologia de cointegração em painel, incluindo testes de dependência de cross section e de raiz unitária. A Amostra é composta por empresas brasileiras listadas na Bovespa durante o período de 2010 a 2016. Os testes foram aplicados para a amostra geral e para amostras divididas por setores da Bovespa. Os dados foram obtidos através da base de dados da Bovespa, utilizando-se das demonstrações financeiras consolidadas das empresas.
Os resultados empíricos, baseados nos testes de Pedroni (1999) e Kao (1999), apoiam a hipótese de cointegração de que existe uma relação de equilíbrio de longo prazo entre as variáveis do Modelo de Ohlson para a amostra Geral e para os setores de Consumo Cíclico, Financeiro e Outros, Materiais Básicos e Tecnologia da Informação. Ou seja, o Modelo de Ohlson (1995) é relevante para a avaliação dessas empresas em um equilíbrio de longo prazo.
Pode ser que os setores que não foram significativos apresentem atividades econômicas com muitos ciclos anuais, então as variáveis contábeis e o valor de mercado não estão relacionados no curto prazo, logo não podem se mover juntas no tempo. Assim, uma conclusão geral deste artigo é que o Modelo de Ohlson (1995) parece fornecer poder de explicação apenas para os setores econômicos cuja operação contábil se reflete no curto prazo.
LEE, S. C.; CHEN, J. L.; TSA, M. S. An Empirical Investigation of the Ohlson Model – A Panel Cointegration Approach. Australasian Accounting, Business and Finance Journal, v. 8, n. 2, p. 35-51, 2014. VÁZQUEZ. R. D.; VALDÉS, A. L. Ohlson model by panel cointegration with Mexican data. Revista Contaduría y Administración, n. 232, p. 131-142, 2010. VÁZQUEZ. R. D.; VALDÉS, A. L.; PORRAS, A. R. Valuation of latin-american stock prices with alternative versions of the Ohlson model: an investigation of cointegration relationships with time-series and panel-data, MPRA Paper n° 31359, 2011.