Resumo

Por ser pouco explorado, especificamente no Brasil, o tema inovação na gestão pública "representa um amplo campo de possibilidades” (JACOBI; PINHO, 2006, p. 7). Mesmo dez anos depois dessa afirmação, esse artigo mostrará a escassez de produções científicas sobre o tema, refletida ao se fazer uma busca sobre dissertações e teses desenvolvidas no Brasil sobre o inovação na gestão pública.

No intuito de apresentar um panorama dos trabalhos acadêmicos dos programas de pós-graduação no Brasil, nomeadamente dissertações e teses, este artigo teve por objetivo: descrever e analisar a produção científica sobre inovação na gestão pública disponível na Base da Dados da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD). Esses trabalhos foram descritos e avaliados no que diz respeito ao objetivo, ao referencial teórico, à metodologia e às contribuições dadas para a literatura acadêmica.

A conceituação do termo inovação pode ser encontrada no século XVI. Todavia, parece ser na modernidade que a inovação ganhou espaço como fator importante à sobrevivência das organizações. Quando busca se conceituar o termo inovação, três palavras ganham destaque: mudança, novidade e resistência. Mudar implica em fazer algo novo e esse novo não é assimilado sem resistência por parte de alguns atores (SPINK, 2003a; 2003b, 2006).

Realizou-se uma pesquisa bibliográfica, também conhecida como revisão bibliográfica ou revisão da literatura. Esse tipo de pesquisa é útil para detectar conceitos-chave, saber quais métodos de coleta e análise foram utilizados por outros pesquisadores e conhecer como foram abordadas as formulações de problemas (SAMPIERI; CALLADO; LUCIO, 2013).

As dissertações foram peculiares no que se refere aos objetos: Queiroz (2009) analisou uma política inovadora; Brandão (2012) se deteve aos processos de inovação; Klumb (2013) analisou processos de uma organização inovadora; Bueno (2012) analisou uma política inovadora; e Reis (2015) analisou práticas inovadoras. Um ponto em comum, com exceção da dissertação de Reis (2015) é a utilização da abordagem qualitativa, o que reflete a necessidade de compreender melhor a inovação no setor público.

Por fim, é notável que esta temática ainda é carente de estudos acadêmicos nos programas de pós-graduação brasileiros e por isso mesmo constitui um lugar fértil para novas investigações a fim de sedimentar uma literatura sobre o tema no âmbito da realidade nacional.

MATTHEWS, Mark; LEWIS, Cris; COOK, Grahame. Public Sector Innovation: a review of the literature. AUSTRALIAN NATIONAL AUDIT OFFICE - ANAO. 2009. MULGAN, G; ALBURY, D. Innovation in the Public Sector. London: Cabinet Office Strategy Unit, 2003. PINHO, José Antônio; JACOBI, Pedro. Inovação no campo da gestão pública local: novos desafios, novos patamares. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.