Resumo

A intenção deste artigo é explorar uma lacuna teórica e outra empírica. A lacuna teórica consiste em testar as proposições teóricas sugeridas pelos autores entre os elementos da estrutura organizacional e a capacidade de inovar. O caráter inovador consiste em preencher a lacuna empírica avaliando qualitativamente a relação entre os elementos da estrutura e a capacidade de inovar na percepção dos gestores.

O problema de pesquisa é: como a estrutura organizacional influencia a capacidade de inovar? O objetivo geral consiste em analisar como os elementos da estrutura organizacional da organização pública estudada facilitam/dificultam a capacidade de inovar na perspectiva dos gestores públicos.

Esta seção divide-se em duas subseções: capacidade de inovar e estrutura organizacional. A capacidade de inovar pode ser conceituada como a capacidade de propiciar inovações dentro da organização. O modelo teórico escolhido para este artigo foi o de Martínez-Román, Gamero e Tamayo (2011). Os autores fazem uma descrição sobre os fatores que explicam a inovação. Dentre os enfoques de estrutura organizacional, optou-se pela abordagem de Mintzberg (2012), que possui um enfoque mais aplicado.

A abordagem de pesquisa adotada é a qualitativa. Neste trabalho, o critério adotado foi a seleção de gestores da organização, consistindo no presidente e na diretora técnica. Optou-se pela entrevista semi-estruturada com especialistas (TRIVIÑOS, 1992). No que diz respeito ao método de análise, optou-se pela análise de conteúdo, com o uso de categorias, obtidas a partir de modelos teóricos. O objetivo dessa categorização é a redução do material textual (FLICK, 2009).

Esta seção divide-se em duas subseções. Na primeira, contextualiza-se o momento pelo qual a sede e as unidades socioeducativas da organização estudada estão passando e que levaram propriamente à intervenção, vista como uma inovação. Na segunda, busca-se relacionar cada elemento da estrutura organizacional com o tema capacidade de inovar.

Portanto, a capacidade de inovar, ou seja, a potência para inovar na organização estudada, atendendo ao que é proposto pela intervenção, esbarra na estrutura rígida, burocratizada e pouca dinâmica da instituição. Assim, observa-se que essa capacidade para fazer a mudança trata-se de um esforço muito grande para o quadro de pessoal uma vez que é preciso uma reestruturação interna que para além da estrutura, seja capaz de mudar toda uma cultura já estabelecida.

MARTÍNEZ-ROMÁN, Juan. A.; GAMERO, Javier; TAMAYO, Juan. A. Analysis of innovation in SMEs using an innovative capability-based non-linear model: A study in the province of Seville (Spain). Technovation, v. 31, n. 9, p. 459–475, set. 2011. MINTZBERG, Henry. Criando organizações eficazes: estruturas em cinco configurações. São Paulo: Atlas, 2012.