Resumo

Título do Artigo

Teoria da Contingência, Teoria da Ecologia Organizacional e a pesquisa organizacional
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Teoria da Contingência
Teoria da Ecologia Organizacional
Recursos

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Abordagens Relacionais às Organizações

Autores

Nome
1 - José Luiz Borsatto Junior
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ (UNIOESTE) - Cascavel/PR
2 - Evellyn Danielly Zabotti
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ (UNIOESTE) - Cascavel
3 - Roberto Francisco de Souza
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ (UNIOESTE) - Cascavel
4 - Aládio Zanchet ALÁDIO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ (UNIOESTE) - Marechal Cândido Rondon

Reumo

Este trabalho coloca em perspectiva duas teorias consideradas antagônicas. A Teoria da Contingência (TC) estuda a influência exercida pelo ambiente empresarial nas empresas como um fator que pode ser adaptado por meio de medidas internas, geralmente gerenciais. A Teoria da Ecologia Organizacional (TEO), por sua vez, defende a ideia de seleção natural no meio empresarial; admite que o ambiente impõe adaptações à população de firmas, selecionando aquelas que estão mais aptas a sobreviver.
Do contraste entre a TC e a TEO emerge uma situação paradoxal: a TC sugere que as organizações buscam adaptar-se ao ambiente por meio de medidas internas. Por outro lado, a TEO sugere que o ambiente é absoluto em termos de seleção natural e sobrevivência – apenas o mais forte prevalece. Assim, objetiva-se discutir como diferentes perspectivas teóricas, neste caso a TC e a TEO, buscam explicar o mesmo fenômeno, o que têm em comum, em que são congruentes e complementares e em que são contrárias.
Ambas as abordagens se ocupam de problemas relacionados entre si, com lentes teóricas diferentes. A TC direciona a busca por uma estrutura organizacional otimizada diante do ambiente externo à organização e a fatores internos (Waterhouse & Tiessen, 1978). A TEO incorpora os conceitos da ecologia e evolução das espécies às organizações; utiliza o conceito de população e o ambiente apresenta-se com uma abordagem diferenciada, o das populações de organizações (Hannan & Freeman, 1977).
Esta pesquisa consiste em um ensaio teórico. Com base em análise teórico-reflexiva de pesquisas anteriores, elaborou-se esquema analítico para a verificação da congruência entre as duas abordagens teóricas.
Ambas teorias interagem devido à escassez de recursos. Os laços interdisciplinares entre as duas teorias – o ambiente e os recursos escassos –, são fatores comuns. Afunilando especificamente para cada teoria, nota-se que a TC delimita-se ao contexto interno e individual, ao passo que a TEO limita-se a um contexto coletivo e externo. Há indícios que remetem a uma integração entre as duas abordagens teóricas, e tal interação permite uma visão holística da relação ambiente-empresa, ou vice versa.
Conclui-se que a TC e a TEO são complementares, e que a escassez de recursos conduz a ligação entre as duas abordagens. Cabe uma reflexão acerca do processo de avanço da ciência, em que o mesmo fenômeno é explicado de maneira diferente por diferentes autores e diferentes teorias. Mesmo centrando-se as atenções a diferentes aspectos, as reflexões sobre estudos organizacionais muitas vezes, refletem o resultado de pesquisas fragmentadas e modelos e abordagens mutuamente excludentes.
Hannan, M. T., & Freeman, J. (1977). The population ecology of organizations. American journal of sociology, 929-964. Waterhouse, J. H., & Tiessen, P. (1978). A contingency framework for management accounting systems research. Accounting, Organizations and Society, 3(1), 65-76.