Resumo

Título do Artigo

HETEROGENEIDADE EM DECISÕES DE INVESTIMENTO DE EMPRESAS FAMILIARES
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Palavras Chave

Empresas Familiares
Decisões de Investimento
Heterogeneidade

Área

Consórcio Doutoral

Tema

Finanças

Autores

Nome
1 - Thiago Henrique Moreira Goes
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração

Reumo

Empresas familiares possuem uma considerável aversão ao risco. Essa aversão ao risco relacionada ao capital familiar possui relação com dois itens. O primeiro deles é que empresas familiares comumente possuem o interesse de que a empresa continue sob o controle da família (Anderson & Reeb, 2003; Zellweger, 2007; Miller et al. 2011). O segundo item consiste no impacto da riqueza sócio emocional (SEW) nas decisões financeiras (Wiseman & Gomez-Mejia, 1998; Berrone et al., 2012). Diante torna-se importante compreender como empresas familiares de tipos diferentes tomam decisões de investimento.
A estrutura de propriedade e controle familiar e a riqueza socioemocional são características consideradas determinantes para a heterogeneidade presente dentro da categoria de empresas familiares (Chrisman et al., 2011; Chua et al., 2012; Chrisman & Patel, 2012). Esta heterogeneidade entre as empresas familiares e as diferenças inerentes entre estas e as não familiares tendem a conduzir as decisões financeiras (Anderson et al., 2012). Cabe ressaltar que existem poucos estudos sobre empresas familiares no Brasil, sobretudo estudos que possuem como ênfase as finanças corporativas.
As duas primeiras hipóteses da pesquisa a serem testadas consistem no impacto da crise econômica de 2008 (global) e a partir de 2012 (declínio da economia nacional) sobre os investimentos (Gonçalves e Guimarães, 2015). As demais hipóteses referem-se às análises do impacto da combinação entre a propriedade familiar e as características estruturais da empresa (oportunidade de crescimento, tamanho, fluxo de caixa e tangibilidade) assim como as características dos gestores (geração e perfil de aptidão ao risco) (Chrisman & Patel, 2012).
A primeira parte consiste em uma pesquisa quantitativa que busca compreender as relações causais dos vários tipos de estrutura e controle de propriedade familiar (heterogeneidade) na política de investimentos de empresas brasileiras de capital aberto. A amostra consiste de empresas de capital aberto listadas na BM&F Bovespa. A segunda parte consiste em um estudo de múltiplos casos. A escolha por um estudo de caso múltiplo refere-se à importância e poder de explicação para fenômenos em tempo real, ou seja, responder os chamados why e how de um dado evento (Yin, 1981; Eisenhardt, 1989).
Os resultados deste estudo devem oferecer contribuições teóricas e práticas. Na perspectiva teórica espera-se estender os modelos propostos por Anderson et al. (2012) e Chrisman & Patel (2012) para as decisões de investimento em empresas familiares, agrupando o contexto de crise como um elemento regulador dessas decisões. Os resultados esperados devem apresentar que empresas familiares apresentem tanto variação nas decisões de investimento em relação às empresas não familiares quanto em relação à diferentes tipos de empresas familiares.
Não foram feitas análises iniciais.
Chrisman, J. J., Patel, P. C. (2012). Variations in R&D investments of family and nonfamily firms: behavioral agency and myopic loss aversion perspectives. Academy of Management Journal, 55 (4), 975-997. Chrisman, J. J., Sharma, P., Steier, L. P., Chua, J. H. (2013). The influence of family, goals, governance and resources on firm outcomes. Entrepreneurship Theory and Practice, 39, 1249-1261. Chua, J. H., Chrisman, J. J., De Massis, A. (2015) A closer look at socioemotional wealth: its flows, stocks, and prospects for moving forward. Entrepreneurship Theory and Practice. 39 (2)173-182.