Ambiente competitivo
Desempenho da firma
Munificência da indústria
Área
Estratégia em Organizações
Tema
Economia de Empresas
Autores
Nome
1 - Julia Pinto de Carvalho ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - Pesquisadora em gestão de operações e supply chain no GV Pesquisa
2 - Alexandre Teixeira Dias UNIVERSIDADE FUMEC (FUMEC) - Programa de Doutorado e Mestrado em Administração
Supõe-se neste artigo que o impacto financeiro decorrente da disponibilidade de recursos do setor (munificência), é diferente daquela proveniente do subsetor. A adequação da firma ao ambiente, representada em função do seu bom desempenho, decorre da munificência do setor e do subsetor em diferentes escalas. Como o subsetor se constitui em um subconjunto do setor, além dos efeitos individuais sobre o desempenho supõe-se que haverá também um efeito conjunto oriundo da interação entre eles.
Coloca-se como proposta principal deste artigo a resposta à questão: Quais os efeitos da disponibilidade de recursos no ambiente competitivo, no desempenho da firma?
Com o objetivo de identificar os efeitos da munificência da indústria no desempenho da firma, foram utilizadas como unidades de análise firmas brasileiras de capital aberto, ativas no período 2010 a 2012, atuantes nos setores Industrial, Financeiro e de Bens de Consumo Cíclicos.
Sob uma perspectiva econômica, a competição constitui um meio de se organizar a atividade econômica em busca de um objetivo. Ao avaliar o ambiente no qual uma empresa atua, deve-se refletir sobre quais são as empresas que compõem este ambiente, ou seja, que atuam no mesmo segmento de indústria da firma. Considerando a perspectiva temporal de análise, o tamanho ótimo sofrerá variações em função de mudanças tecnológicas e de fatores relacionados ao estabelecimento do nível de preços ao mercado.
Foi aplicada a técnica de análise de regressão linear múltipla para identificar e quantificar os efeitos da munificência ao nível do segmento da indústria e ao nível do subsetor de atuação sobre o desempenho.
Como resultados, foram identificados como significativos o impacto da munificência do segmento da indústria e do subsetor de atuação no desempenho da firma, expresso por meio do EBITDA, bem como da interação entre os dois níveis de análise e do tamanho da firma, considerado como variável de controle.
A capacidade explicativa do modelo situou-se em patamar elevado – acima de 80%. Os resultados apurados estão em alinhamento com as proposições de Stigler (1983), L. A. L. Brito & E. P. Z. Brito (2005) e L.A.L. Brito (2006) acerca do efeito do tamanho da firma no desempenho e das evidências empíricas de McArthur & Nystrom (1991), Andrews (2009) e Andrews & Johansen (2012) em relação aos efeitos da munificência no desempenho da firma.
Andrews, R., & Johansen, M. (2012). Organizational environments and performance: a linear or nonlinear relationship? Public Organization Review, 12(2), 175–189.
Brito, L. A. L., & Brito, E. P. Z. (2005). Tamanho e desempenho financeiro. In: ENCONTRO NACIONAL DE PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 29, Brasília (DF). Anais...Rio de Janeiro: ANPAD.
Child, J. (1972). Organizational Structure, Environment and Performance: The Role of Strategic Choice. Sociology, 6(1), 1-22.