Resumo

Título do Artigo

COMMODITY, DIFERENCIADO OU ESPECIAL? DA PRODUÇÃO À PRECIFICAÇÃO DO CAFÉ DA REGIÃO DO CERRADO MINEIRO
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Palavras Chave

Preparo do Café
Precificação
Tipos de Café

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Internacional e Globalização

Autores

Nome
1 - Erick de Freitas Moura
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Gestão e Negócios
2 - Janaína Maria Bueno
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN - Faculdade de Gestão e Negócios

Reumo

O crescimento do consumo mundial de cafés especiais e o fato do Brasil ser um dos maiores produtores chamam a atenção para a diferenciação entre café do tipo commodity e cafés especiais. O chamado café especial compreende variações que o diferenciam não somente no sabor e forma de preparo, mas também nos preços negociados (PORTO; MELLO; 2015). A criação da marca Região do Cerrado Mineiro (RCM) foi resultado da busca pela indicação geográfica e denominação de origem para o café desta região.
Como apontado por Zylbersztajn e Farina (2001), não há uma definição precisa para o café, em especial, aqueles de distinta qualidade. O objetivo com este artigo é contribuir para o entendimento acerca das variadas estratégias de produção e precificação do café, a partir da diferenciação entre café commodity, diferenciado e especial, tendo como contexto a Região do Cerrado Mineiro, além de sugerir a padronização dos termos utilizados de acordo com os diferentes usos e classificações.
A denominação de origem é uma modalidade de propriedade industrial registrada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI, 2015) e se refere a uma região cujos os produtos nela produzidos possuem qualidades e ou características que remetem a ela, isto é, ao meio geográfico em que foram cultivados (RCM, 2051b e RCM, 2015c). Para o café da Região do Cerrado Mineiro, além da demarcação territorial, há um processo de certificação, que atesta a qualidade dos cafés oriundos desta região.
Esta pesquisa é de abordagem qualitativa, com delineamento do tipo descritivo e analítico. Os aspectos identificados, descritos e analisados advieram de dados coletados por meio de entrevistas e pesquisa documental junto à Federação dos Cafeicultores do Cerrado, controladora da denominação de origem e marca Região do Cerrado Mineiro, gestores de duas cooperativas que comercializam café nos mercados interno e externo, além de produtores de café, vinculados às duas cooperativas pesquisadas.
O principal diferencial para o mercado de cafés é a qualidade da bebida, atestada, nestes casos, pela certificação da Região do Cerrado Mineiro, além das outras certificações socioambientais, que garantem a origem e qualidade do café, bem como possibilita seu rastreamento. A determinação da qualidade do café foi associada à metodologia de classificação americana de cafés especiais (SCAA), com pontuação mínima de 80 pontos, e à espécie de café arábica, apto à altitude de 800 a 1300 metros. A produção destes cafés de qualidade e certificados é voltada para atender o mercado internacional.
Os cafés podem ser do tipo: a) commodities ou indiferenciados; b) diferenciados, superiores, certificados ou de segunda linha; c) especiais, finos, de primeira linha, finíssimos ou extrafinos. Cada uma destas categorias implica na adoção de métodos distintos de produção, certificação e seleção dos grãos, o que resultará em diferentes formas de precificação. O principal mercado consumidor da categoria de cafés especiais é o internacional.
MOURA, E. F. As estratégias de internacionalização das cooperativas agropecuárias de café da Região do Cerrado Mineiro. 2016. 213 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Administração, Faculdade de Gestão e Negócios, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2016. ZYLBERSZTAJN, D.; FARINA, E. M. M. Q.. Diagnóstico sobre o sistema agroindustrial de cafés especiais e qualidade superior do Estado de Minas Gerais. Relatório Final PENSA/FIA/FEA/USP, São Paulo, 2001.