Resumo

A gestão dos stakeholders, conforme proposto por Freeman (1984) e os pesquisadores que o seguiram, não é restrita a algum tipo específico de organização, mas abrangem a gestão de diversas áreas de atuação e pode ser aplicada de forma geral, sendo assim, neste estudo foram investigados aspectos da Teoria dos Stakeholders em relação às academias de ginástica.

Diante da realidade da ascensão deste ramo de negócios, e considerando o fato de que a experiência e o relacionamento dos clientes com suas academias podem afetar o desempenho dessas organizações, uma vez que esses aspectos estão potencialmente ligados à fidelidade dos alunos e à receita, este estudo busca responder a seguinte questão:Como a experiência e o relacionamento impactam e contribuem para a gestão de academias de ginástica? O objetivo é ampliar a compreensão dos gestores de academias de ginástica de como a experiência contribui para o relacionamento com os stakeholders.

Para este estudo, o entendimento de stakeholder foi o de Freeman (1984, p. 46), que o define como “qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar ou é afetado pela realização dos objetivos da organização, baseando-se no ranking dos principais stakeholders desenvolvidos por Sachs & Ruhli (2011).Na busca por maior esclarecimento sobre a gestão das academias de ginástica, encontraram-se os estudos de Azevedo (2009), no sentido de que as academias de ginástica devem buscar pontos de diferenciação em relação às demais concorrentes com o intuito de consolidar o relacionamento com os clientes.

O método do estudo foi definido de acordo com a pergunta de pesquisa, sendo caracterizada como um estudo de caso múltiplo (Yin 2010) e tem natureza qualitativa. Por meio da coleta de 3 fontes de evidências: análise de documentos, observação direta e 27 entrevistas semiestruturadas, foram feitas a triangulação de dados e considerando as sugestões de Miles & Huberman (1994) e de Ragin (2007), que indicam que o estudo comparativo de casos proporciona e a análise intra-caso que proporcionam profundidade de análise dos dados coletados, permitindo uma boa estruturação do método adotado.

Conforme orientações de Bardin (1977), para a elaboração do roteiro de entrevistas e as análises das respostas para verificação das práticas da experiência e do relacionamento na Teoria dos Stakeholders, foram definidas previamente conforme a literatura algumas categorias: D - Diálogo, CTR - Troca e Combinação de Recursos, ENV - Envolvimento, P - Participação e ENG - Engajamento.

Os resultados desta pesquisa evidenciam que as experiências únicas proporcionadas aos clientes de ambas as academias estudadas podem fortalecer os laços relacionais dos clientes com a academia. Neste ambiente, entendeu-se que a experiência única não ocorre por meio da diversificação de modalidades e atividades oferecidas pela academia, mas detectou-se que a experiência ocorre por meio do bom atendimento, que conforme as entrevistas com os clientes, para a ocorrência de um bom atendimento é preciso em primeiro lugar o diálogo, corroborando com a temática estudada.

Acland, D. & Levy, M. R. (2015). Naiveté, Projection Bias, and Habit Formation in Gym attendance. Management Science, 61(1), 146-160 Sachs, S., & Ruhli, E. (2011). Stakeholders Matter: A New Paradigm for Strategy in Society. Cambridge University Press. Yin, R. K. (2010). Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. Porto Alegre, 4 ª Edição. Bookman Editora. Zagnit, E. A., Rajan, S., & Basch, C. H. (2016). Prevalence and Pricing of Chain Gyms in New York City. International Journal of Health Promotion and Education, 54(1), 50-57.