Resumo

Título do Artigo

Reflexos da Hanseníase nas contas públicas da Previdência Social no Brasil: uma análise a partir dos benefícios concedidos em decorrência da doença entre 2000 e 2015
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Palavras Chave

Política Pública
Hanseníase
Previdência Social

Área

Administração Pública

Tema

Gestão em Saúde

Autores

Nome
1 - José Marcelo de Castro
FEA-RP/USP - Departamento de Administração
2 - Cláudia Souza Passador
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEARP

Reumo

Atualmente os governos de países que dispõem de sistemas previdenciários públicos têm envidado esforços para tornar as contas públicas equilibradas. No Brasil, a expansão dos direitos sociais implicou em desequilíbrios nas contas públicas resultando em alterações na política de concessão de benefícios previdenciários. A endemia de Hanseníase no país gerou aumento na concessão de benefícios, porém observa-se ao longo do tempo a mudança da natureza dos benefícios, de permanentes para temporários.
Os déficits frequentes da Previdência Social têm exigido revisão na política de concessão de benefícios, mudanças administrativas e de estratégias de gestão. Assim, como subsídio para ações de gestão desse tipo, objetiva-se delinear o perfil dos benefícios previdenciários concedidos por Hanseníase entre 2000 e 2015, com base na tipologia e na duração destes.
Contextualiza-se a Hanseníase como um problema de saúde pública e seus reflexos na política previdenciária nacional. Os deficits sistemáticos nas contas públicas motivam a revisão da política para adequar a receita e as despesas da Previdência de forma a tornar o sistema mais eficiente e os direitos sociais sejam garantidos.
Com base em dados da Previdência Social foram quantificados os benefícios concedidos entre 2000-2015, em valores absolutos e relativos, agregados por tipos e sua distribuição ao longo do tempo. Os resultados foram apresentados em tabelas gráficos delineando o perfil dos benefícios.
Observou-se que os benefícios Aposentadoria por Invalidez por Hanseníase são mais numerosos e apresentavam aumento sistemático. A partir de 2005 essa tendência muda e o Auxílio doença passa a aumentar exponencialmente. Este último é mais adequado à finalidade de afastamento temporário para tratamento da doença, uma vez que ela é curável.
As alterações administrativas implementadas proporcionaram maior gestão sobre a concessão dos benefícios, o que implicou em mudança perfil das concessões e, consequentemente na redução de obrigações de longo prazo (aposentadorias) por auxílios-doença, o que em médio e longo prazo aumentarão a economicidade do sistema.
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