Resumo

Título do Artigo

Ambidestria Organizacional: O Caso do Centro de Medicina Diagnóstica Fleury
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Palavras Chave

Serviços de Diagnóstico
Tecnologia da Informação
Inovação

Área

Tecnologia da Informação

Tema

Inovações em TIC e Negócios Digitais

Autores

Nome
1 - Luis Fernando Ascenção Guedes
FACULDADE FIA DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS (FFIA) - são paulo
2 - Luiz Carlos Di Serio
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP)

Reumo

Para efeitos dessa pesquisa, delimita-se o campo de medicina diagnóstica no conjunto de especialidades médicas voltadas à realização de exames que contribuem para um diagnóstico, sendo elas medicina laboratorial, por imagem e outras especialidades (Martins, 2014). Ao longo da história de desenvolvimento do setor, a incorporação da inovação tem sido uma constante para os centros de medicina diagnóstica, sendo tal adoção em larga medida responsável por seu desenvolvimento, tanto em eficiência operacional, quanto em eficácia médica (Campana, Faro, & Gonzales, 2009).
Dada a dinâmica de inserção tecnológica e adoção de inovações dos centros de medicina diagnóstica, bem como sua importância para a sociedade, este artigo discute os desafios enfrentados pelo Centro de Medicina Diagnóstica Fleury para se tornar referência em inovação e gestão de operações. A seguinte questão de pesquisa norteia esse estudo: como uma empresa inovadora do setor de medicina diagnóstica pode administrar com sucesso tanto a demanda por excelência operacional quanto o compromisso com a experimentação e a inovação?
A expressão “ambidestria organizacional” foi inicialmente estabelecida por Duncan (Duncan, 1976), mas foi o artigo “Exploration and Exploitation in Organizational Learning”, do professor da Universidade de Stanford James March (March, 1991), que disseminou o conceito na comunidade acadêmica. O autor propôs dois enfoques por meio dos quais as organizações dirigem a alocação de seus recursos: “exploitation” e “exploration”, que correspondem respectivamente ao refinamento do que já existe e à exploração do novo.
Tendo em vista o objetivo desse estudo, foi utilizada como estratégia de pesquisa o estudo de caso, que permite compreender em maior profundidade o fenômeno em seu contexto (Eisenhardt, 1989; Stake, 2000; Yin, 2001). Trata-se de um estudo de caso único intrínseco, no qual se pretendeu: obter explicações para a problemática que se definiu; obter um produto final de natureza descritiva e analítica; e não exercer qualquer tipo de controle sobre os aspectos observados (Stake, 2000). As fontes de evidências foram trianguladas (Eisenhardt, 1989).
Percebe-se que as capacidades dinâmicas do Fleury estão diretamente relacionadas às características do mercado no qual atua, uma possível razão de fundo para a adoção de práticas inovadoras e a centralidade da tecnologia da informação na estratégia da companhia. O estudo de caso ilustra que o Fleury ao longo de sua história tem adotado consistentemente novos procedimentos médicos, equipamentos, processos operacionais e práticas de negócio, sem se restringir a inovações incrementais ou radicais.
A organização tem fundamentos sólidos de planejamento estratégico e, por meio de sua liderança, tem obtido sucesso em atuar tanto na exploitation das suas capacidades presentes, quanto na exploration de oportunidades de novos negócios e aprimoramento disruptivo dos produtos e processos. O sucesso em ambientes altamente complexos requer, via de regra, um repertório amplo de estratégias e recursos, além da habilidade da ambidestria que se desenvolve como um mecanismo de apoio a esse processo.
Boumgarden, P., Nickerson, J., & Zenger, T. R. (2012). Sailing into the wind: exploring the relationship among ambidexterity, vacillation and organizational performance. Strategic Management Journal, 33(6), 587-610. Duncan, R. B. (1976). The ambidextrous organization: Designing dual structures for innovation. The Management of Organization, 1, 167-188. Jansen, J. J., Simsek, Z., & Cao, Q. (2012). Ambidexterity and performance in multiunit contexts: Cross‐level moderating effects of structural and resource attributes. Strategic Management Journal, 33(11), 1286-1303.