Resumo

Título do Artigo

Múltiplos de ações e indicadores financeiros para seleção de carteiras: Uma análise para o mercado acionário brasileiro
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Palavras Chave

Análise fundamentalista
Múltiplo de ações
Otimização de carteiras

Área

Finanças

Tema

Técnicas de Investimento

Autores

Nome
1 - Vítor Martins Peralva
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Instituto de Economia
2 - Leandro Maciel
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ) - Faculdade de Administração e Ciências Contábeis
3 - Rosangela Ballini
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Instituto de Economia

Reumo

A seleção de ativos desempenha papel fundamental na construção de carteiras de investimento por bancos, instituições financeiras e demais participantes do mercado em geral. A análise das demonstrações contábeis é fundamental para a adequada avaliação de empresas, pois permite verificar a relação do preço com o retorno de suas ações (GALDI, 2008). Elas fornecem diversas informações históricas sobre a empresa, auxiliando na construção de indicadores sobre seu desempenho, como, por exemplo, o retorno das ações, liquidez, rentabilidade e grau de endividamento.
Este artigo avalia se a utilização de indicadores financeiros e múltiplos de ações, para determinar a composição de carteiras de investimentos em ações no mercado brasileiro, proporciona melhores resultados, em termos de risco e retorno, em comparação ao desempenho do IBOVESPA. São selecionados os distintos múltiplos e indicadores financeiros. As carteiras são otimizadas de acordo com três metodologias distintas: carteira de variância mínima, carteira igualmente ponderada e carteira ponderada pelo valor do múltiplo/indicador financeiro.
A literatura tem destacado o uso de indicadores financeiros e múltiplos de ações no contexto da análise fundamentalista como uma potencial ferramenta para avaliar e selecionar títulos de empresas para investimento e construção de carteiras (GALDI, 2008; GEWEHR, 2007). Os resultados indicam a existência de possibilidades de arbitragem, assim como o bom desempenho de técnicas fundamentalistas na avaliação de carteiras. Uma das limitações desses estudos corresponde à inadequação na otimização das carteiras e carecem de estudos recentes para o mercado do Brasil.
Para a formação das carteiras foram considerados três múltiplos de ações – Preço/Lucro (P/L), Preço/Valor Patrimonial (P/VPA), Enterprise Value/EBITDA (EV/EBITDA) – e três indicadores financeiros, obtidos a partir das demonstrações financeiras das respectivas empresas – Dívida Total/Patrimônio Líquido (DT/PL), Ativo Circulante/Passivo Circulante, e Lucro/Patrimônio Líquido. As técnicas para determinação dos pesos são as carteiras: de variância mínima, igualmente ponderada e ponderada por múltiplos.
Em geral, os resultados apontam como potencial estratégia o uso de múltiplos de ações e indicadores financeiros para a construção de carteiras de investimento no mercado de ações do Brasil. Além disso, verifica-se que as carteiras de variância mínima apresentam, na maioria dos casos, um melhor desempenho em relação às carteiras igualmente ponderadas e ponderadas por múltiplos, o que confirma os resultados do trabalho de Rubesam e Beltrame (2013), que aponta o bom desempenho das carteiras de mínima variância no mercado acionário brasileiro.
Os resultados indicaram que as carteiras construídas com base nos menores valores de P/L, P/VPA, EV/EBITDA, DT/PL, e LC, e com base nos maiores valores de ROE apresentam uma relação risco-retorno superior ao benchmark do mercado de ações do Brasil, o IBOVESPA. Verificou-se que carteiras de valor fornecem rentabilidade melhor em relação às de crescimento. Além disso, em termos das técnicas de otimização de carteiras, as carteiras de mínima variância apresentaram os melhores resultados em todos os casos avaliados.
Galdi, F. C. (2008). Estratégias de investimento em ações baseadas na análise de demonstrações contábeis: É possível prever o sucesso? . Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Gewehr, D. H. (2007). Avaliação relativa de ações baseada em múltiplos de mercado projetados e passados: Um estudo comparativo de performance na Bovespa. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. Rubesam, A., & Beltrame, A. L. (2013). Carteiras de variância mínima no Brasil, Revista Brasileira de Finanças 11(1): 81-118.