Resumo

Título do Artigo

AS PRÁTICAS E DISCURSOS DE PREVENÇÃO E COMBATE AO ASSÉDIO MORAL NOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU DE UMA UNIVERSIDADE BRASILEIRA
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Palavras Chave

Assédio moral
Pós-Graduação
Universidade

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Bem-estar e Mal-estar no trabalho

Autores

Nome
1 - Thiago Soares Nunes
UNIVERSIDADE FUMEC (FUMEC) - Programa de Doutorado e Mestrado em Administração (PDMA)

Reumo

O meio acadêmico e da pós-graduação apresenta características (pressão pela produtividade, competitividade, poucos recursos e incentivos, defesa de egos e vaidades) que podem se tornar solo fértil para ocorrências de violências como o assédio moral. Nesse sentido, a ocorrência de assédio moral e a falta ou deficitária práticas de prevenção e combate ao assédio moral por parte da gestão podem provocar um ambiente propicio para práticas hostis, além da saída de docentes e de futuros docentes, e o adoecimento e degradação do ambiente.
Essa pesquisa objetiva descrever as práticas e discursos em relação ao posicionamento e ações de prevenção e combate ao assédio moral nos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu de uma Universidade brasileira a partir do relato de docentes e discentes.
O assédio moral se configura como uma prática frequente e repetida, direcionado a um ou mais alvos, que objetiva constranger, humilhar e desqualificar, podendo degradar as condições de trabalho, atingir a dignidade e a saúde física e psíquica do indivíduo. Além da recusa da diferença (características físicas, competência, posicionamento, religião, etnia, cor, sexualidade, classe social) e o abuso de poder, a própria cultura organizacional (da Universidade e Pós-Graduação) e a cultura nacional podem proporcionar elementos que influenciam a ocorrência da violência.
A pesquisa é caracterizada como qualitativa e descritiva, sendo parte de um projeto maior sobre cultura e assédios na Pós-Graduação. Os participantes foram os servidores docentes e discentes vinculados aos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu (PPG’s) de uma universidade brasileira. Para coleta dos dados, utilizou-se um questionário (respondido por 126 participantes) e 7 entrevistas foram realizadas. Para análise, foi utilizado análise de conteúdo, e estatística descritiva para alguns dados. Além disso, projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da universidade analisada.
Os dados enfatizam que não existe um posicionamento claro dos PPG’s em relação as práticas de prevenção e combate ao assédio moral (Não, 60,8%; Às vezes, 18,3%; Sim, 20,9%). Um dos motivos do não posicionamento, foram que as práticas hostis partem pela própria coordenação, ou que o agressor é um docente e, assim, existe um corporativismo e proteção ao mesmo. A prevenção e o combate, segundos os participantes, vai além do assédio, envolve comportamentos éticos, mudança de práticas e políticas do próprio sistema da Pós-Graduação, e aspectos culturais.
Deve-se pensar o contexto da Pós-Graduação, na construção de medidas de prevenção e combate, que possam amenizar as situações vivenciadas por todos e a valorização do indivíduo. A discussão de temas sensíveis, como violência e assédios, embora consideradas tabu, deve ser discutida ao longo do curso para que comportamentos não aceitáveis sejam prevenidos e corrigidos. Assim como, a saúde mental deve ser pauta constante na discussão e orientação por parte da instituição e dos PPG’s, de modo a garantir um ambiente mais saudável para todos.
HELOANI, R.; BARRETO, M. Assédio moral: gestão por humilhação. Curitiba, Juruá. 2018. HIRIGOYEN, M-F. Mal-estar no trabalho: redefinindo o assédio moral. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. KEASHLY, L. When faculty are bullied: the unacceptable costs of doing our job and what universities can and should do. FEBS Letters, v. 597, n. 3, p. 339-343, 2023. NUNES, T. S. Assédio Moral na Pós-Graduação: Práticas e Elementos Culturais Propiciadores. Administração Pública e Gestão Social, Viçosa, v. 14, n. 1, p. 1-17, 2022.