Resumo

Título do Artigo

ESTRATÉGIAS DE COPING DE TRABALHADORES DE UMA ORGANIZAÇÃO PÚBLICA DE SAÚDE INTENSIVA EM CONHECIMENTO EMERGENTES DA ADOÇÃO DO TELETRABALHO EMERGENCIAL NA PANDEMIA DA COVID-19
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Palavras Chave

Estratégias de coping
Organizações Intensivas em Conhecimento
COVID-19

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Bem-estar e Mal-estar no trabalho

Autores

Nome
1 - Fernando Victor Cavalcante
FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI CIMATEC (SENAI CIMATEC) - Programa de Pós-Graduação em Gestão e Tecnologia Industrial - Salvador/BA
2 - Michelle de Andrade Souza Diniz Salles
FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI CIMATEC (SENAI CIMATEC) - Bahia
3 - Camila de Sousa Pereira Guizzo
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI - CIMATEC
4 - Beatriz Quiroz Villardi
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO (UFRRJ) - Programa de Mestrado Profissional em Gestão e Estratégia - PPGE/UFRRJ
5 - Thaís Afonso Andrade
FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI CIMATEC (SENAI CIMATEC) - Salvador

Reumo

Após o surgimento e rápida disseminação da Coronavirus Disease 2019 (COVID-19), o teletrabalho foi amplamente adotado nos órgãos da esfera pública federal brasileira. A implementação deste arranjo de trabalho ocorreu de forma abrupta e sem planejamento, levando os trabalhadores a desenvolver habilidades para o exercício de suas atividades a partir de suas residências, conciliando vida pessoal e profissional, sem contar com suporte social de seus pares, se apropriando de ferramentas até então desconhecidas (ABBAD et. al., 2021) e em um contexto marcado pelo medo do contágio.
A adoção do teletrabalho emergencial na crise da COVID-19 levou os trabalhadores a vivenciar situações desencadeadoras de estresse (CAMACHO; BARRIOS, 2022). Este contexto demandou a adoção de estratégias de coping para a adaptação ou controle das adversidades (AGIUS, 2020). Nesse sentido, este estudo objetivou identificar e compreender as estratégias de coping desenvolvidas e adotadas por trabalhadores de uma organização pública de saúde intensiva em conhecimento perante o teletrabalho emergencial decorrente da pandemia da COVID-19.
A fundamentação teórica abordou o teletrabalho emergencial na crise da COVID-19, caracterizou as Organizações Intensivas em Conhecimento, o estresse e as estratégias de coping, apresentando a relação entre os dois últimos. Também destacou a perspectiva teórica mais aceita na literatura sobre o coping, o modelo transacional de Lazarus e Folkman (1984), cujo foco recai nas estratégias cognitivas e respostas comportamentais que são utilizadas pelas pessoas para o enfrentamento ou fuga do estresse, focadas no problema, na emoção ou no significado (FOLKMAN; LAZARUS, 1980; FOLKMAN, 2010).
Uma pesquisa de abordagem qualitativa foi realizada com 72 trabalhadores de uma instituição pública de saúde intensiva em conhecimento que atuou ativamente no enfrentamento da COVID-19. Os dados foram coletados no período de março a dezembro de 2020, mediante a aplicação de um formulário semiestruturado disponibilizado por e-mail. Dados adicionais foram obtidos do resgate de documentos institucionais públicos disponíveis. Os dados foram analisados pelo método do Discurso do Sujeito Coletivo nos termos de Lefèvre, Lefèvre e Teixeira (2002) e sustentados no arcabouço teórico de coping.
O discurso coletivo dos trabalhadores evidenciou que, para enfrentar o contexto pandêmico, empregaram estratégias focadas: (i) em seguir as medidas preventivas (protocolos de saúde) e na adaptação ao isolamento social (apropriação de ferramentas e organização do trabalho); (ii) em atividades para relaxar e manter a saúde física e mental (cuidados com a saúde física e mental, prática de hobbies, afastamento de noticiários, dentre outros); e (iii) em mudar o significado da situação pandêmica (ressignificação, valorização da vida, envolvimento em atividades significativas e espiritualidade).
Para se adaptar e minimizar os impactos negativos do contexto pandêmico, os trabalhadores desenvolveram estratégias de coping para lidar com a situação. Estas atuaram de forma complementar entre si, de modo que a regulação do estado emocional (coping focado na emoção), permitiu que eles pudessem direcionar esforços para a tomada de decisão (coping focado no problema). Estas, por sua vez, foram sustentadas pelo coping focado no significado, representado por manobras cognitivas que permitiram mudar o significado da situação, mantendo os trabalhadores motivados a enfrentá-la.
ABBAD, G. S. et al. Habilidades para teletrabalho em casa: construção e evidências de validade da escala. Psic Org Trab,21,1655-1664,2021 AGIUS, R. Covid-19 and Health at Work. Occup Med,70,349–351,2020 CAMACHO, S.; BARRIOS, A. Teleworking and technostress: early consequences of a COVID-19 lockdown. Cog Techn & Work, 24, 441–457, 2022 FOLKMAN S. Stress, coping, and hope. Psyc-Onc,19,901-908,2010 FOLKMAN S.; LAZARUS, R. S. An Analysis of Coping in a Middle-Aged Community Sample. J H & S Behavior,21,219–239,1980 LAZARUS, R. S.; FOLKMAN, S. Stress, appraisal, and coping. New York:Springer, 1984