Resumo

Título do Artigo

A MARCA EMPREGADORA COMO DISPOSITIVO DE SUBJETIVAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES CONTEMPORÂNEAS
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Palavras Chave

Marca Empregadora
Dispositivo de Subjetivação
Subjetividade Capitalística

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Simbolismos, Culturas e Identidades

Autores

Nome
1 - Janaína Alves More
UNIVERSIDADE POSITIVO (UP) - Ecoville
2 - Diniz Alexandre Fiori
UNIVERSIDADE POSITIVO (UP) - Econille
3 - Marjorie Mariana de Abreu
UNIVERSIDADE POSITIVO (UP) - Curitiba
4 - Eduardo André Teixeira Ayrosa
UNIVERSIDADE POSITIVO (UP) - PPGA

Reumo

A relação entre trabalho e subjetividade no contexto contemporâneo é objeto de interesse crescente nos Estudos Organizacionais e Psicologia do Trabalho. A marca empregadora (Employer Branding - EB) surge como estratégia de Marketing e RH, buscando atrair e reter talentos por meio de uma identidade única. Propomos analisar a EB como dispositivo de subjetivação do trabalhador, influenciando suas identidades e relações sociais. Baseando-nos em Deleuze, exploraremos as implicações desse fenômeno, questionando sua eficácia no engajamento e bem-estar dos funcionários.
Ao nos depararmos com a estratégia da marca empregadora e sua influência na subjetividade do trabalhador, levando-o a aderir aos valores da marca, propomos, nesta pesquisa: i. caracterizar a marca trabalhadora como dispositivode subjetivação do trabalhador contemporâneo; ii. apontar a capacidade do dispositivo de mobilizar o trabalhador à adesão dos valores e objetivos da marca antes mesmo de sua contratação; iii. contribuir para o desenvolvimento teórico e prático dos Estudos Organizacionais, oferecendo uma perspectiva que integra as dimensões simbólicas e subjetivas do trabalho.
Dispositivos são máquinas de produção de subjetividade (Deleuze, 2005). A marca empregadora recruta pessoas, gerando mobilização psicológica nos trabalhadores e estabelecendo um vínculo emocional com a empresa (Boxall & Purcell, 2011). A disposição "desejante" dos trabalhadores é impulsionada pela crença de que ser mais eficaz e produtivo é crucial para sobreviver (Gaulejac, 2007). A subjetividade requer constante movimento, resultando em novas formas de expressão maquínicas. O dispositivo atua como estrutura que organiza, molda e disciplina as relações sociais e as subjetividades.
A marca empregadora, como dispositivo, normatiza e controla padrões de comportamento, conduta e desempenho, influenciando a subjetividade do sujeito-trabalhador (Deleuze, 1996, 2005). Porém, ela não age de forma unidirecional; os colaboradores também podem resistir, negociar e se apropriar dela. Deleuze enfatiza que o dispositivo induz e produz subjetividades, mas é igualmente produzido por elas (Deleuze, 1996, 2005). Os sujeitos-trabalhadores reinterpretam e recontextualizam a marca empregadora conforme suas experiências, valores e aspirações, criando espaços de agência e transformação.
A partir da ótica deleuzeana, consideramos a marca empregadora como dispositivo de subjetivação, pois reconhecemos que sua função vai além de simplesmente atrair talentos ou promover a imagem da empresa. Ela opera como rede complexa de práticas, discursos e mecanismos de controle que moldam a subjetividade do sujeito-trabalhador, alinhando-o aos valores, às expectativas e às demandas da organização – o que facilita o controle dos trabalhadores (Pagès et al, 2001).A marca empregadora funciona como mecanismo de enunciação, estabelecendo os limites do que é considerado desejável na organização.
Boxall, P., & Purcell, J. (2011). Estratégia e gestão de recursos humanos (3a ed.). Palgrave Macmillan. Deleuze, G. (2005). Foucault (C. Martins, Trad.). Brasiliense. Deleuze, G. (1996). O que é um dispositivo? In G. Deleuze, O mistério de Ariana. Vega. 83-96. Foucault, M. (1995a). Verdade e poder. In M. Foucault, Microfísica do poder (pp. 1-14). Graal. Foucault, M. (1980). História da sexualidade 1: A vontade de saber (3a ed.). Graal. Gaulejac, V. (2007). A gestão como doença social. Ideias & Letras. Pagès, et al. (2001). O Poder nas Organizações. São Paulo: Atlas.