Resumo

Na pandemia da COVID-19, o teletrabalho foi adotado como modalidade de trabalho mais viável, inclusive pelo IFRN, que por intermédio do Programa de Gestão e Desempenho, têm a possibilidade dessa modalidade ser permanente no cenário pós-pandemia. No entanto, vantagens e desvantagens têm sido apontadas pelo uso do teletrabalho. Assim, identificar estas variáveis na percepção dos servidores técnico-administrativos (TAE) do IFRN se mostra relevante para a instituição.

Diante disso, buscou-se responder ao seguinte questionamento: Qual a percepção pelos servidores técnico-administrativos do IFRN sobre as vantagens e desvantagens do teletrabalho em razão da sua experiência com esta modalidade de trabalho? Para responder este questionamento e contribuir com lacunas teóricas e empíricas sobre esse tema, especialmente em instituições públicas de ensino, o presente trabalho tem por objetivo conhecer a percepção dos servidores técnico-administrativos do IFRN sobre as vantagens e desvantagens percebidas em razão da sua experiência com o teletrabalho.

O Teletrabalho pode ser conceituado como o trabalho realizado por meio das tecnologias de informação e comunicação (TICs) fora do ambiente físico organizacional do empregador ou a distância do cliente demandante (ROSENFIELD e ALVES, 2006). Desde os seus primórdios, por volta dos anos 1970, o teletrabalho gradativamente ganhou espaço no mercado, não somente devido a sua promessa de propiciar aos trabalhadores uma jornada laboral mais flexível , mas também por carregar consigo vantagens para as organizações empregadoras e para a sociedade (HAU e TODESCAT, 2018). Mas também há desvantagens.

Tratou-se de um estudo de caso com abordagem quantitativa e com fim exploratório. Os dados do estudo foram obtidos mediante questionário, feito baseado em variáveis relacionadas ao contexto do teletrabalho, conforme encontrado na literatura pesquisada sobre o tema e enviados aos participantes via e-mail institucional. Importa registrar que a presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Os resultados apontaram que as vantagens (produtividade, custos, deslocamento, foco e autonomia, qualidade de vida) foram percebidas de forma mais intensa em relação às desvantagens (isolamento social, carreira, distrações do ambiente doméstico, carga de trabalho, visão externa do teletrabalho, infraestrutura, capacitação e comunicação e resolução de demandas).

Conclui-se assim que a experiência com o teletrabalho foi proveitosa para estes servidores, com boas perspectivas para a implementação desta modalidade de trabalho de modo permanente na instituição pesquisada, principalmente ao considerar o cenário atual sem as intempéries advindas da pandemia do novo coronavírus. Nos questionários, as vantagens que foram percebidas de forma mais intensa e, os pontos que tiveram um percentual de concordância mais elevado foram a redução de custos, menor contato com a violência urbana e qualidade de vida no trabalho.

HAU, F; TODESCAT, M. O teletrabalho na percepção dos teletrabalhadores e seus gestores: vantagens e desvantagens em um estudo de caso. Rev. de Gestão e Tecnologia. v. 8, n. 3, p. 37 – 52, Santa Catarina, 2018. Disponível em: . Acesso: 03 nov. 2021. ROSENFIELD, C. L; ALVES, D. A. de. (2006). Teletrabalho. in A. D. Cattani e L. Holzmann (orgs.). Dicionário de Trabalho e Tecnologia. Porto Alegre, UFRGS, pp. 304-307.