1 - Virginia Braga Fonseca UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - Administração
2 - Alenilton Teixeita Tembé UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - Administração
3 - Carlos André Corrêa de Mattos UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - Faculdade de Administração
4 - Luís Alberto Monteiro de Barros UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - Faculdade de Administração (FAAD/ICSA)
5 - Cristiano Descovi Schimith UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - Instituto de Ciências Sociais Aplicadas
Reumo
A pandemia do COVID-19 promoveu um processo de ruptura tão impactante na sociedade moderna que raramente foi observado ou comparado na história da humanidade (WIGGINTON et al., 2020; RAMAN et al., 2020). Caracterizado como um estado de emergência pública, a COVID-19 desencadeou mudanças no processo de formulação e implementação das políticas públicas, que não seguiram os trâmites usuais, tendo, portanto, a necessidade de cuidadosa avaliação quanto a seus efeitos, significados, formas de implementação e, principalmente, quanto a perdas e ganhos delas decorrentes (ZHANG et al., 2020).
Nessa perspectiva, as políticas educacionais revelaram processos dinâmicos, caracterizados pelo feedback e adequações constantes (ZHANG et al., 2020; WIGGINTON et al., 2020). Assim, considerando a necessidade de avaliação das políticas públicas durante a pandemia da COVID-19, este estudo se concentrou em identificar, junto aos estudantes indígenas, quais aspectos impactaram na adaptação ao Ensino Remoto de Emergência (ERE)? Desta forma, o objetivo do estudo foi identificar os fatores e classificar esses estudantes quanto quanto à adaptação ao Ensino Remoto de Emergência (ERE).
Esses aspectos reforçaram o papel do estado como articulador de políticas sociais para apoio às famílias e a estudantes (RAMAN et al., 2020), colocando em evidência a premência de estudos sobre os efeitos da pandemia, especialmente em relação ao ensino on-line, principalmente na perspectiva dos estudantes, seja para redirecionar as ações pós-pandemia e assim contribuir para mitigar ou superar as dificuldades de aprendizagem, seja para se antecipar a eventuais descontinuidades futuras (ZHANG et al., 2020).
O método empregado neste estudo é classificado, conforme Gil (2014), como uma survey exploratória e descritiva com tratamento quantitativo e amostragem não probabilística por acessibilidade. A população foi formada por estudantes indígenas de diferentes cursos superiores, múltiplas etnias e diversas regiões da Amazônia. O questionário foi a estratégia para coleta de dados. O tratamento de dados combinou técnicas descritivas, medidas de tendência central, dispersão, análise de correção técnicas multivariadas, especificamente a análise fatorial exploratória e a análise de agrupamentos,
Os resultados evidenciaram três fatores que explicaram 64,63% da variância dos dados e foram denominados como “Organização nos estudos” (25,59%), “Local de estudos” (25,29%) e “Utilização de tecnologia” (13,75%). A análise de agrupamentos identificou três grupos entre os respondentes com diferentes características, mas que mostraram estudantes organizados, bem adaptados à utilização de tecnologias, porém com limitações quanto ao local de estudos.
As conclusões reforçam a necessidade das políticas de assistência estudantil, com ações específicas para grupos prioritários, e recomendam avaliações futuras para mesurar, além da aprendizagem, a taxa de evasão e de readaptação dos estudantes indígenas às atividades presenciais.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2014.
RAMAN, S. et al. Where do we go from here? A child rights-based response to COVID-19. BMJ Pediatrics Open, v. 4, n.1, p. 1-4, jun. 2020.
WIGGINTON, N.S, et al. Moving academic research forward during COVID-19. Science, v. 368, n. 6496, p. 1190-1192, may, 2020.
ZHANG, W. et al. Suspending classes without stopping learning: China´s education emergency management policy in the COVID-19 outbreak. Journal of Risk and Financial Management, n. 13, v.55, p.1-6, mar. 2020.