Resumo

Diante de incertezas, o mercado necessita de empresas idealizadas para desenvolver novos produtos ou serviços com propostas de valor inovadoras e disruptivas. Essas empresas recebem o nome de startups e buscam resolver problemas dos mais variados setores produtivos e econômicos, transformando ideias em soluções satisfatórias (Ries, 2012). Durante o desenvolvimento dessas soluções, na forma de produtos ou serviços, essas empresas buscam validar seus modelos de negócios (Blank & Dorf, 2012). No agronegócio, assim como nos demais setores produtivos, são encontradas empresas em scale-up.

A elaboração de um modelo é uma tarefa complexa, que demanda compreensão da realidade pesquisada e precisão nas determinações dos construtos (Dresch, Lacerda, & Antunes Jr, 2015). Devido a essas dificuldades, raras são as pesquisas que se propõem a criar e avaliar modelos que expliquem os elementos influenciadores do processo de escalabilidade em startups. Diante disso, o objetivo propor e avaliar um modelo com os principais elementos influenciadores da escalabilidade de agtechs brasileiras com o intuito de apoiar o processo de escalabilidade daquela que se encontram no estágio inicial.

Embora o número de agtechs brasileiras tenha aumentado quando comparado aos dados obtidos no primeiro radar das agtech brasileiras, realizado em 2019 (Figueiredo et al., 2021) o número dessas empresas em escalabilidade não aumentou proporcionalmente (ABStartups, 2021). Na escalabilidade, as empresas buscam o crescimento acelerado. Isso gera que o ambiente fluído e flexível da organização inicial passa a ser de difícil controle; a comunicação informal e os processos de tomada de decisão não são mais eficazes; há o desenvolvimento do capital humano, além da busca pela sustentabilidade do negócio

O método de pesquisa adotado foi o Design Science Research (DSR). O procedimento do método DRS pode ser realizado por meio de 6 passos, conforme adaptado por Pedroso (2016): (1) compreensão do problema; (2) determinar os resultados esperados e especificar os critérios para a avaliação da solução proposta; (3) projeto e desenvolvimento dos artefatos (construtos, modelos, métodos e instanciações); (4) demonstração; (5) avaliação, em que se deve observar as instanciações e (6) comunicação, buscar comunicar os resultados da pesquisa.

O artefato proposto considera 5 elementos: (1) Governança; (2) Alocação de Recursos; (3) Acompanhamento de Atividades, (4) Fomento ao Capital Humano e (5) Maturidade do Modelo de Negócio. Em relação a avaliação do modelo foram encontradas 4 classes, contendo 455 segmentos de textos, que explicam o quanto cada grupo de palavras é importante para a compreensão das dimensões analisadas. Considerando a dimensão objetiva, ambiental, estrutural e avaliativa verifica-se que houve concordância em relação ao cumprimento desses critérios pelo artefato proposto.

As dimensões objetiva, ambiental, estrutural e avaliativa apresentaram características positivas para os principais critérios analisados (Viabilidade Operacional, Generalidade, Clareza, Adequação à Realidade Estudada, Completude, Consistência, Compreensibilidade e Simplicidade Estrutural). Melhorias pontuais foram propostas em todos os critérios analisados.

Blank, S., & Dorf, B. (2012). The startup owner’s manual: The step-by-step guides for building a great company. vol 1. Califórnia, USA: K&S Ranch Publishing Division. Dresch, A., Lacerda, D.P., & Antunes Jr, J.A.V. (2015). Design Science Research: a method for Science and Technology Advancement. New York City: Springer. Pedroso, M. C (2016). Modelo de negócios e suas aplicações em administração. Tese de Livre-Docência, Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil. Ries, E. (2012). A Startup enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua para criar empresas.