Resumo

Título do Artigo

AVALIAÇÃO DO DESENHO DE TREINAMENTOS PARA PARTICIPANTES E LÍDERES DE EQUIPES VIRTUAIS
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Palavras Chave

Avaliação de Treinamento
Treinamento de liderança de equipes virtuais
Teletrabalho

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Aprendizagem nas Organizações

Autores

Nome
1 - ELIANE ALMEIDA DO CARMO
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia
2 - Gardênia da Silva Abbad
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Instituto de Psicologia
3 - Leticia Mara de Lima Meira
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Instituto de Psicologia
4 - Vivian dos Santos Miranda
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - PSTO
5 - Kelly Regina de Carvalho Gonçalves
Universidade de Brasília - Brasília

Reumo

A pandemia de COVID-19 forçou o isolamento como medida preventiva e as organizações e trabalhadores, maioria inexperiente, precisaram se adaptar rapidamente. Nesse contexto, a capacitação dos teletrabalhadores e das equipes virtuais foi fundamental. Avaliar as necessidades de aprendizagem e as prioridades de treinamento e aperfeiçoar o desenho instrucional para atender a essas necessidades específicas devem ser prioridade na busca por mais eficácia e efetividade. Mas há poucas pesquisas sobre esse tema e ainda muitos questionamentos (Fatima & Siddiqui, 2020; Kraiger & Ford, 2021).
O problema a ser investigado é se os treinamentos ofertados para desenvolver habilidades específicas para o teletrabalho foram desenhados de acordo princípios instrucionais, apresentando o potencial de proporcionar a aprendizagem e mudança de comportamento nos teletrabalhadores e suas equipes virtuais, atingir os objetivos instrucionais e impactar no trabalho dos participantes. Portanto, objetivo deste estudo é analisar as características do desenho de um programa de treinamento formatado para os teletrabalhadores e líderes de equipes virtuais e avaliar a qualidade instrucional dessas ações.
A aprendizagem, a transferência e a motivação podem ser melhoradas por meio de instruções aprimoradas. A Teoria e os princípios do Desenho Instrucional orientam que a instrução deve ter foco no aluno, o conteúdo deve ser relevante, aplicável, claro e relacionado às atividades, a tecnologia deve ser acessível e as estratégias diversificadas, com demonstração, prática e feedback construtivo e constante (Fatima & Siddiqui, 2020; Kraiger & Ford, 2021). Há poucos estudos que analisaram o impacto dessas variáveis na transferência, especialmente instruções online, o que justifica este estudo.
É um estudo de caso, qualitativo, que avaliou o desenho instrucional (D.I) de um programa de treinamento de teletrabalhadores e líderes de equipes virtuais, de uma Universidade Corporativa (UC) de uma organização brasileira de grande porte. Uma equipe de catorze especialistas avaliou os treinamentos, em etapas individuais e em grupo, com apoio do Roteiro de Análise Instrucional desenvolvido por Abbad, Zerbini, Carvalho et al. (2006), adaptado. O roteiro possui 25 itens avaliativos divididos em três categorias: objetivos e estratégias instrucionais; exemplos e exercícios e avaliação.
Como resultado das análises observou-se que os objetivos dos treinamentos que constituíram o programa tiveram como foco predominante o domínio cognitivo, pouco voltado para a prática de habilidades ou mudança de comportamentos. Houve diversificação do tipo de conteúdo, com predominância de habilidades intrapessoais e diversificação do método de treinamento, sendo a informação do conteúdo o mais empregado. Os exemplos foram bastante utilizados, mas tiveram pouca coerência com os conteúdos e contexto de trabalho. Os exercícios e avaliação de aprendizagem foram pouco explorados.
Os conteúdos foram relevantes para a adaptação dos teletrabalhadores e os gestores de equipes na realização do trabalho a partir de casa, conciliando o trabalho-família. Entretanto, esse potencial de entrega de resultados pode ter sido comprometido devido ao distanciamento das teorias e princípios instrucionais. Para aumentar o potencial de eficácia, seria necessário incluir estratégias de ensino-aprendizagem mais diversificadas, demonstrações com exemplos e exercícios fidedignos à situação real do trabalho além de feedbacks construtivos e tempestivos incluindo o feedback entre pares.
Abbad, G. D. S., Zerbini, T., Carvalho, R. S., & Meneses, P. P. (2006). Planejamento instrucional em TD&E. Treinamento, desenvolvimento e educação em organizações e trabalho: Fundamentos para a gestão de pessoas, 289-321. Fatima, M., & Siddiqui, D. A. (2020). Factors Affecting Transfer of On-The-Job Training at workplaces in Pakistan. SSRN Electronic Journal, 2613, 13–28. Kraiger, K., & Ford, J. K. (2021). The Science of Workplace Instruction: Learning and Development Applied to Work. Annual Review of Organizational Psychology and Organizational Behavior, 8(1), 45–72.