Resumo

Título do Artigo

Impacto do desempenho passado dos gestores de recursos na alocação de capital de investidores
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho

Palavras Chave

Finanças Comportamentais
Alocação de recursos
Recency Effect

Área

Finanças

Tema

Finanças Comportamentais

Autores

Nome
1 - Pedro Paulo Portella Teles
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas (FACE)
2 - Aureliano Angel Bressan
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - FACE
3 - Guilherme Moreira e Alcântara
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - FACE

Reumo

Será explorado como uma informação de fácil entendimento e acesso, mas de pouca relevância - o gráfico de retornos passados de um fundo de investimento hipotético -, interage com uma informação de maior relevância, mas também de maior complexidade - a recomendação de um analista de fundos respeitado por suas análises profundas e precisas. Ou seja, estaremos interessados em entender como que a apresentação de uma dessas informações (gráfico ou recomendação de especialista) afeta a decisão de alocação após o portfólio já ter sido formado com base na outra informação.
Os estudos de Kroll et al. (1988a, b) mostram que os indivíduos frequentemente requisitavam informações do histórico de retornos dos ativos hipotéticos em questão, mesmo o processo gerador de dados sendo aleatório. No artigo, os autores analisam como o número de requisições está correlacionado com a riqueza final no experimento e outras variáveis. Entretanto, os autores não investigaram quais os impactos diretos do consumo dessa informação (gráfico de retornos) na decisão de alocação.
Quando os sinais produzidos por as duas fontes de informação em análise indicam para a mesma direção - o analista (não) reconhece a qualidade de uma equipe de gestão e o fundo (não) possui um bom retorno passado -, o investidor está em um estado de consonância. Entretanto, também é possível que cada fonte de informação indique para uma direção diferente. Nesse caso, o investidor estará em um estado de dissonância e, como resultado, uma forte pressão psicológica irá existir para reduzir essa inconsistência (Festinger (1957)).
Iremos aplicar um questionário. Primeiro, definimos o público alvo, que são basicamente dois: o leigo e o profissional. Pela nossa definição, o leigo é qualquer indivíduo que não trabalha em alguma atividade diretamente relacionada ao mercado financeiro. Nesse questonário, o participante irá alocar $100 entre 2 gestores e na taxa livre de risco. Ele ferá isso com base na recomendação de um analista ou com base no gráfico de retornos passados. Após ter acesso a uma dessas informações, ele será apresentado a outra e poderá alterar sua alocação de recursos.
Os resultados preliminares frutos do questionário piloto indicam que, para quase 40% dos respondentes, houve uma alteração significativa na alocação após a apresentação do gráfico passado de retornos. Ademais, houve um aumento expressivo e significativo na alocação para o gestor com pior desempenho futuro segundo o analista, mas melhor desemepnho no passado recente. Enquanto isso, o gestor que teria maior retorno esperado segundo o analista, mas obteve o pior desempenho no passado recente, teve uma queda também significativa de quase $50 (de $100) na alocação que receberia pelos respondentes.
Assim, pode-se entender que o investidor considera o desempenho passado como uma fonte adicional de informação. Isso, por sua vez, pode fazer com que o investidor tome decisões erráticas. Um outro ponto importante é que gestores de recursos cientes desse fenômeno podem manipular os gráficos de retorno para influenciar os investidores durante seu processo decisório. Isso pode ser alcançado, por exemplo, alterando o período do gráfico para janelas temporais maiores ou menores dependendo do desempenho nessas diferentes janelas.
L. Festinger. A theory of cognitive dissonance, volume 2. Stanford university press, 1957 J. M. Olson, N. J. Roese, and M. P. Zanna. Expectancies. The Guilford Press, 1996 R. M. Hogarth and H. J. Einhorn. Order effects in belief updating: The belief-adjustment model. Cognitive psychology, 24(1):1–55, 1992 B. A. Monteiro and A. A. Bressan. Efeito de enquadramento da informação na percepção de risco em investimentos. Revista Contabilidade & Finanças, 32:285–300, 2021