Resumo

Em abril de 2021 foi iniciada a discussão sobre marco legal das Finanças Islâmicas pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado brasileiro. O sistema bancário islâmico foi introduzido no início dos anos 1970 como uma alternativa, livre de usura e aprovada religiosamente, ao sistema bancário convencional atual, que depende principalmente de juros em todas as suas transações financeiras, e conseguiu se posicionar como detentor de fortes valores e práticas éticas.

O objetivo deste artigo é investigar, por meio do modelo teórico baseado na teoria das ações racionais, os efeitos da atitude, motivação religiosa, consciência e serviço e preços, na intenção de usar o sistema bancário islâmico entre a minoria muçulmana na cidade de São Paulo. Também visa determinar o perfil de um cliente bancário islâmico potencial entre esta minoria, considerando que em abril de 2021 foi iniciada a discussão para a criação do marco legal das finanças islâmicas no Brasil.

O modelo teórico adotado neste estudo é derivado da teoria das ações racionais (TRA), teoria introduzida por Fishbein e Ajzen (1975). Esses autores desenvolveram o TRA para mostrar os efeitos da atitude, das normas subjetivas e das intenções sobre o comportamento.

O processo de coleta de dados emprega a técnica de amostragem de conveniência devido ao acesso restrito a todos os muçulmanos no Brasil. Este método é a técnica de amostragem mais comumente usada em artigos islâmicos de finanças comportamentais (Amin, 2012). A pesquisa consistiu em 14 perguntas que abrangem atitudes, motivação religiosa, consciência e serviços e preços sobre o sistema bancário islâmico. Além disso, uma segunda parte incluiu seis questões focadas nas características demográficas dos entrevistados.

O estudo evidenciou a intenção dos muçulmanos de lidar com o setor bancário islâmico, sendo o principal fator sua atitude em relação ao setor bancário islâmico. Este é o fator básico da TRA. Os resultados também indicaram que os muçulmanos em São Paulo desconhecem o que é o sistema bancário islâmico e não sabem muito sobre os mecanismos e contratos que o banco islâmico usa, mas demandam por mais conhecimento do setor

Este estudo usou uma amostra de 204 participantes e foi conduzido em São Paulo, com o restante do país sendo negligenciado. Os resultados podem não se aplicar a todos os muçulmanos residentes no Brasil. Mais pesquisas são necessárias para esforços futuros em outras áreas geográficas no Brasil e América Latina. Além disso, este estudo não considera a atitude como moderador e sugere que outros fatores demográficos e culturais, podem ser levados em consideração em pesquisas futuras.

Abdullahi, S. and Shaharuddin, A. (2016) ‘Potential for Islamic Banking in Macedonia : An Empirical Evidence’, Journal of Global Business and Social Entrepreneurship, 6(4), pp. 1039–1047. Abdullrahim, N. and Robson, J. (2017) ‘The importance of service quality in British Muslim’s choice of an Islamic or non-Islamic bank account’, Journal of Financial Services Marketing. Palgrave Macmillan UK, 22(2), pp. 54–63. doi: 10.1057/s41264-017-0025-6. Ahmad, N. and Haron, S. (2002) ‘Perceptions of Malaysian corporate customers towards Islamic banking products and services’, International Journal of Is