1 - THAISA SILVA DE ANDRADE UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Caruaru
2 - JUCELIA IVONETE DOS SANTOS UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - CAMPUS CARUARU
3 - GISELLE DE MELO SIQUEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Campus - Agreste
4 - NELSON DA CRUZ MONTEIRO FERNANDES UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - CENTRO ACADÊMICO DO AGESTE
Reumo
A inovação representa a busca pelo novo, que permite às organizações aumentarem a sua competitividade e enfrentarem a concorrência de mercado. A capacidade para inovar é vista como um importante elemento não só para o desempenho das organizações, mas para o setor de atuação, uma vez que permite que o mercado saia do seu estado estacionário (SCHUMPETER, 1988; PUFAL; ZAWISLAK, 2021). O presente estudo tem como foco principal abordar o tema inovação dentro do universo da pequena empresa comercial, de baixa tecnologia, prestadoras de serviços tradicionais ligados ao segmento de Beleza.
Segundo o IBGE (2019) cerca de 40%, das 597,2 mil empresas criadas em 2012, estavam ativas em 2017. Essa proporção, medida pela taxa de sobrevivência, aponta que seis em cada dez companhias encerraram suas atividades nesses cinco anos. Para superar esse cenário adverso vamos entender como micro e pequenos empresários e empresárias inovam em meio às suas atividades comerciais, analisando as estratégias de posicionamento no mercado, identificar as habilidades de negociação dos gestores e analisar as rotinas estabelecidas no relacionamento com os stakeholders.
Para Reichert et al. (2015) a inovação é principalmente uma iniciativa de mudança para gerar resultados para as empresas. O processo de inovação na pequena empresa é diferente do processo de empresas maiores, pois elas são mais limitadas em recursos e, por isso, precisam lançar mão de elementos de criatividade para contornar a escassez de alguns recursos chaves (SILVA et al., 2016; ANNING-DORSON, 2021). Assim, com o desenvolvimento da capacidade de comercialização a empresa vai ao encontro dos melhores preços para comprar e vender e consequentemente ter competitividade (REICHERT et al., 2015).
O presente estudo consiste em pesquisa aplicada de caráter descritivo, pois busca as características, ações, comportamentos de um determinado grupo (GIL, 2017). Quanto à abordagem, foi adotado o enfoque analítico qualitativo, pois o estudo se baseia na subjetividade do pesquisador, onde as discussões, interações e teoria, dá significado ao tema pesquisado (FLICK, 2009). Quanto à estratégia de coleta, adotou-se entrevistas semiestruturadas com 6 profissionais de serviço de beleza. Para análise dos resultados utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin (2011).
As entrevistadas interagem diretamente com o seu cliente final, reforçando os elos de confiança e testando a aderência do cliente com o perfil de serviços oferecidos. A definição dos preços é um dos elementos chave para a estratégia de comercialização, as empreendedoras informaram que levam em consideração o custo dos materiais e espaços em que atendem e o preço aplicado pela concorrência local. A forma como as gestoras interagem com seus stakeholders na rotina cotidiana denota sua capacidade de gestão, assim como a busca do feedback de seus clientes demonstrando um diferencial competitivo.
Foi possível observar a estratégia de posicionamento no mercado adotadas pelas profissionais, as habilidades de negociação das gestoras e o relacionamento com os stakeholders. As empreendedoras inovam a partir do acesso a informações chave para seu negócio de modo a serem assertivas nos serviços prestados e garantir a sustentação do negócio ao longo do tempo. As dificuldades enfrentadas pelas empresárias tiveram suas capacidades de inovação intensificadas, aproveitando as barreiras e limitações da sua estrutura de negócios para desenhar soluções criativas e inovadoras junto aos clientes.
REICHERT, F.; CAMBOIM, G. F.; ZAWISLAK, P. A. Capacidades e trajetórias de inovação de empresas brasileiras. RAM. Revista de Administração Mackenzie, v. 16, p. 161-194, 2015.
ZAWISLAK, P. A.; FRACASSO, E. M.; TELLO-GAMARRA, J. Technological intensity and innovation capability in industrial firms. Innovation & Management Review, 2018.
PUFAL, N. A.; ZAWISLAK, P. A. Innovation capabilities and the organization of the firm: evidence from Brazil. Journal of Manufacturing Technology Management, 2021.