Resumo

Título do Artigo

COOPERANDO PARA INOVAR: relações de cooperação interfirmas em um ambiente de inovação italiano
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Cooperação
Inovação
Startups

Área

Empreendedorismo

Tema

Empreendedorismo Inovador: Startups, Empresas de Base Tecnológica, Incubadoras e Parques Tecnológicos, Capital de Risco

Autores

Nome
1 - Felipe Möller Neves
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - PPGS
2 - Fernanda dos Santos Ramos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - PPG Agronegócios

Reumo

O empreendedorismo inovador verifica-se como um fenômeno decisivo para o desenvolvimento econômico de natureza informacional (CASTELLS, 1999; ETZKOWITZ, 2009). Esse modelo acabou servindo como referência empírica a estudos sobre a dinâmica do processo de inovação com base na relação entre empresas, universidades e governos (DEL BOSCO et al., 2021; ETZKOWITZ; LEYDESDORFF, 2000). A Nova Sociologia Econômica (NES) demonstra a significativa importância deste tema em estudos da sociologia do empreendedorismo (CHOI; SHEPHERD, 2004; FLIGSTEIN, 2009), e da inovação (RAMELLA, 2020).
A problemática sociológica referente à cooperação mobiliza aspectos conceituais da teoria de redes (GRANOVETTER, 1973; FERRARY; GRANOVETTER, 2009), bem como dimensões que envolvem a concepção de confiança entre agentes de uma relação. A confiança abarca o conhecimento que os agentes possuem sobre eles mesmos e suas intenções, fazendo com que, em cooperação, avaliem continuamente os benefícios e os custos das relações em que se aproximam, fatores que exercem um papel fundamental para o entendimento e à estabilidade destas interações (BECKERT, 2007; GAMBETTA, 2000; POWELL; SMITH-DOERR, 1994).
A concepção de cooperação sempre esteve explícita ou implicitamente colocada nos princípios epistemológicos nas diferentes perspectivas de explicação dos fenômenos sociais, acompanhando todo o processo de desenvolvimento das Ciências Sociais. O fenômeno da cooperação continua sendo amplamente debatido no contexto atual das Ciências Sociais, especialmente no campo da sociologia econômica e da sociologia das organizações (BECKERT, 2007; GAMBETTA, 2000). Assim, a cooperação é estudada articuladamente a outros aspectos que servem como dimensões da sua interpretação: noções como redes e laços.
A coleta de dados realizada no Bioindustry Park ocorreu em 1º de fevereiro de 2019 e em 15 de fevereiro de 2019. Foram realizadas entrevistas utilizando-se roteiro semiestruturado com um diretor de uma empresa do ramo Pharma, bem como dois sócios de empresas do ramo de Medical Devices. Os dados foram analisados à luz da Matriz Tipológica das Relações de Cooperação, identificando-se a presença dos diferentes tipos de RCIs e os reflexos trazidos aos atores presentes nas relações abrangidas na pesquisa.
Foram verificados na Itália diferentes tipos de cooperação existentes no AI analisado, a exemplo da pesquisa anterior realizada no Brasil, a partir da tipologia elaborada, desenvolvida em estudos preliminares (NEVES; MOCELIN, 2016), a fim de explorar as diferentes formas de RCIs em AIs, culminando em um menor ou maior grau de cooperação técnica, comercial ou em nível tecnológico. Desta forma, foram apresentados os argumentos dos profissionais de AIs italianos, trazendo argumentos voltados, majoritariamente aos tipos comensalista e protocooperativo, conforme Neves e Mocelin (2016).
As principais formas de cooperação estabelecidas pelas startups que compõem a amostra do presente estudo reforçam duas daquelas descritas pela tipologia proposta por Neves e Mocelin (2016), definidas como comensalista e protocooperativa. Em geral, as firmas buscam mais parcerias que sejam ao mesmo tempo técnicas e de negócio. Como são empreendedores iniciantes de firmas altamente especializadas, eles procuram por conhecimento e redes de acesso a dispositivos de que necessitam para inovar. Há casos muito próximos ao quadrante mutualista da tipologia, muito embora estes sejam raros.
ABS. FASES DE UMA STARTUP: CONHEÇA O QUE CARACTERIZA CADA FASE. In: ABSTARTUPS. 11 jul. 2019. Disponível em: https://abstartups.com.br/fases-de-uma-startup-saiba-tudo-sobre-cada-etapa/. Acesso em: 11 maio 2021. ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores. Ecossistemas de Empreendedorismo Inovadores e Inspiradores – relatório técnico. Disponível em: https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/52159/1591723666ECOSSISTEMAS_DE_ALTO_IMPACTO_Digital_3.pdf. Acesso em 13 abril de 2021. Anprotec e Sebrae. Brasília: ANPROTEC, 2019a. Acesso em: 23 abr. 2021.