Resumo

Título do Artigo

EXISTIR PARA DAR RESULTADO? Superando a dinâmica da representatividade lucrativa nos estudos sobre a presença feminina nos Conselhos de Administração
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Palavras Chave

Presença feminina em Conselhos de Administração
Representatividade feminina
Diversidade de gênero

Área

Gestão de Pessoas

Tema

As faces da Diversidade

Autores

Nome
1 - MICHELE MENEZES PINHEIRO
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Programa de Pós Graduação em Administ - Dom Cabral, Belo Horizonte
2 - Carolina Maria Mota santos
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Administração

Reumo

Mesmo com as conquistas dos direitos laborais igualitários entre homens e mulheres (Mota-Santos et al., 2014), a dominação masculina dos espaços de poder se mantém como uma ordem vigente e naturalizada (Veiga, 2020). No contexto do Conselhos de Administração (CA), o mais alto escalão das empresas, não é diferente. Apesar de a diversidade de gênero estar se tornando uma questão cada vez mais discutida, o crescimento da participação feminina em Conselhos tem se dado de forma lenta em alguns países. No Brasil, em 2020, as mulheres configuravam apenas 11,5% do total de membros dos CAs.
O objetivo do presente trabalho é analisar como os estudos acadêmicos brasileiros no campo da Administração se dedicam a entender a representatividade feminina nos Conselhos. A expectativa é integrar informações de estudos realizados para dar visibilidade a resultados relevantes e discutir limitações e possibilidades de novos olhares, fomentando futuras pesquisas sobre mulheres em Conselhos de Administração brasileiros.
Nos estudos internacionais e nacionais, a presença das mulheres nos Conselhos Corporativos é frequentemente associada a maiores retornos das empresas sobre o patrimônio líquido, lucros operacionais e preços das ações, bem como a melhores controles de governança e responsabilização (Adams & Kirchmaier, 2015; Silva et al., 2020; Terjesen et al., 2015). O que ganha menos destaque nesse debate político é uma discussão mais profunda sobre as causas dessa sub-representação: a divisão sexual do trabalho e as barreiras invisíveis na carreira feminina. (Cappelin, 2008; Hirata & Kergoat, 2007).
A análise da abordagem teórica e metodológica e das dimensões de avaliação dos estudos encontrados revela uma concentração de pesquisas que seguem a lógica mercadológica voltada para a compreensão dos efeitos da composição dos Conselhos para os resultados organizacionais. Entre as dez publicações sobre diversidade de gênero nos Conselhos de Administração avaliadas, apenas uma realizou entrevistas com conselheiras na tentativa de compreender a vivência e contribuição dessas mulheres sob a ótica delas mesmas (Hanashiro & Samaha, 2015). Todas as demais seguiram com pesquisas quantitativas.
Enquanto os estudos acadêmicos refletem essa dualidade e focam na relação matemática entre a presença feminina nos Conselhos e resultados organizacionais em detrimento da discussão do impacto do contexto social e organizacional para a chegada e a atuação das mulheres no topo das organizações, as questões estruturais permanecem negligenciadas, sem discussão adequada, contribuindo para a perpetuação do status quo de maioria masculina.
Adams, R. B. & Ferreira, D. (2009). Women in the boardroom and their impact on governance and performance. Journal of Financial Economics, 94 (2), 291–309. Hanashiro, D. M. M., & Samaha, M. B (2015). Contribuições de mulheres à dinâmica do conselho de administração: para além da ótica composicional. In Anais, 39 EnANPAD, Belo Horizonte. São Paulo: ANPAD. Terjesen,S., Aguilera,R.V., & Lorenz, R. (2015). Legislating A Woman’S Seat On The Board: Institutional Factors Driving Gender Quotas For Boards Of Directors. Journal of Business Ethics,128, 233–251.