Resumo

Título do Artigo

PROCESSOS DECISÓRIOS NA COOPERAÇÃO ENTRE AGENTES DA HÉLICE TRÍPLICE: Um estudo de caso do Sistema Regional de Inovação de Minas Gerais
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Palavras Chave

Processos Decisórios
Hélice Tríplice
Minas Gerais

Área

Gestão da Inovação

Tema

Redes, Ecossistemas e Ambientes de Inovação

Autores

Nome
1 - Crystyane Ferreira Bernardino
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Belo Horizonte- Campus 2
2 - Andréa Aparecida da Costa Mineiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ - UNIFEI (UNIFEI) - IEPG - Instituto de Engenharia de Produção e Gestão
3 - Uajará Pessoa Araújo
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Campus II
4 - Daniel Paulino Teixeira Lopes
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Campus II
5 - Lilian Bambirra de Assis
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - dcsa

Reumo

A cooperação Hélice Tríplice (HT), é admitida como promissora em sistemas de inovação e tem mostrado bons resultados em diversos países (ETZKOWITZ; ZHOU, 2017). Mas é tida como uma interação complexa (SBRAGIA et al, 2006), carente de estudos que a expliquem em seu nível micro (MINEIRO; SOUZA; CASTRO, 2020), e muito pouco se sabe sobre o processo de tomada de decisão relacionado com este tipo de cooperação (CALVO, et al., 2019). Os trabalhos já publicados neste campo analisam o processo de tomada de decisão centrado em um dos agentes ou em um dos aspectos da tomada de decisão.
São diversos os dilemas que envolvem este tipo de cooperação e, na tentativa de elucidar alguns destes pontos, esta pesquisa teve por objetivo analisar o processo de tomada de decisão dos agentes em ações que envolvem a cooperação Hélice Tríplice no Sistema Regional de Inovação de Minas Gerais (SRI-MG).
Para se resolver problemas de tomada de decisão em grupo é necessário o processo de consenso, uma resolução aceitável, que um tomador de decisão pode apoiar, mesmo que não seja sua opção favorita (HERRERA-VIEDMA et al, 2017) e possibilita o compartilhamento de recursos e de riscos, para o alcance de objetivos comuns (MÜLLER, 2018). As bases da abordagem Hélice Tríplice estão firmadas: no conhecimento, utilizado para a produção de renda; no consenso, quando os agentes se unem para discutir problemas e soluções e; na inovação, nascida da união dos dois anteriores (ETZKOWITZ; ZHOU, 2017).
Foram convidados para as entrevistas no estudo de caso, agentes que participaram juntos de um mesmo projeto, em 5 projetos HT desenvolvidos pelos órgãos de fomento de Minas Gerais (SEDE e Fapemig), totalizando 12 participantes, sendo 5 pesquisadores, 5 responsáveis pela área de inovação na empresa, e 2 secretários de inovação das instituições de fomento. Os cargos específicos e o nome das instituições não são citados para preservar o anonimato dos participantes. Os dados foram analisados por meio de análise de conteúdo (BARDIN, 2016) gerando 14 códigos, posteriormente agrupados em 3 categorias
A análise do processo decisório na cooperação Hélice Tríplice foi feita com base nos fatores determinantes para cada fase desse processo, desde os fatores que influenciam na decisão de cooperar, no processo de consenso entre os agentes e nas decisões durante a cooperação. Assim foi possível entender a dinâmica dessa cooperação no nível micro, entender melhor como os agentes se comportam na cooperação, como se interagem, detalhes de como ela funciona e elucidar pontos que podem fazer essa cooperação funcionar de forma mais azeitada.
Os resultados da pesquisa indicam que a cooperação HT no SRI-MG ainda está em estágio de desenvolvimento. Apesar dos esforços tanto das ICTs quanto de algumas empresas, fica clara a dependência da hélice do Governo para que a cooperação aconteça, tanto relacionada ao fomento, quanto como agente articulador. A cooperação no estado ainda está em processo de transição do modelo Laissez-faire para o modelo HT em plena aplicação. Ainda são diversas as dificuldades para que a cooperação HT aconteça de forma mais fluida em Minas Gerais, mas avanços têm sido feitos em todas as hélices.
ETZKOWITZ, Henry; ZHOU, Chunyan. The triple helix: University–industry–government innovation and entrepreneurship. Routledge, 2017. MASCARENHAS, Carla; MARQUES, Carla; FERREIRA, João J. One for All and All for One: Collaboration and Cooperation in Triple Helix Knowledge Cocreation. International Regional Science Review, v. 43, n. 4, p. 316-343, 2020. ROSENLUND, Joacim; ROSELL, Erik; HOGLAND, William. Overcoming the triple helix boundaries in an environmental research collaboration. Science and Public Policy, v. 44, n. 2, p. 153-162, 2016.