Resumo

Título do Artigo

FINANÇAS COMPORTAMENTAIS: UM ESTUDO SOBRE A AVERSÃO AO RISCO
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Palavras Chave

Risco
Finanças Comportamentais
Decisões Financeiras

Área

Finanças

Tema

Decisões de Investimento

Autores

Nome
1 - Eduardo Rosa de Lima Junior
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Ribeirão Preto
2 - Tabajara Pimenta Junior
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA-RP
3 - MARCIA MITIE DURANTE MAEMURA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN
4 - Rafael Moreira Antônio
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA-RP/USP
5 - Vinícius Medeiros Magnani
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Contabilidade

Reumo

As Finanças Comportamentais representam um novo ramo das teorias em finanças, que busca incorporar os aspectos psicológicos no processo de tomada de decisões, em especial no contexto financeiro. Essa área do conhecimento, que surgiu com o estudo seminal de Kahneman e Tversky (1979), investiga como as pessoas tomam decisões em problemas que envolvem riscos, perdas e ganhos financeiros. O comportamento do investidor não depende apenas do domínio de conhecimentos em finanças e de reflexões racionais, mas muda de acordo com aspectos psicológicos, emocionais e de contexto social.
Se o comportamento dos investidores não é estritamente racional, mas muda de acordo com outros fatores (psicológicos, emocionais, de ambiente etc.), é possível que a sua área de formação universitária possa influenciar sua postura frente ao risco. O objetivo deste estudo foi o de comparar as decisões tomadas por dois grupos de pessoas: um composto por alunos universitários de cursos da área de negócios, e outro composto por alunos de cursos de áreas humanísticas, visando comprovar a hipótese de que os níveis de propensão ao risco dos alunos de ambos os grupos são diferentes.
Indivíduos diferentes reagem de forma diferente sob mesmas condições econômicas. Entender como as decisões individuais podem ser orientadas por aspectos comportamentais e emocionais é um instrumento fundamental para a análise de como o investidor lida com sentimento de ganho e/ou perda, certeza, risco, dentre outros. As anomalias comportamentais como a autoconfiança excessiva, exageros de otimismo e pessimismo, e sobre-reação às novidades do mercado vão na contramão do previsto pelas Finanças Modernas, que acredita no homo economicus, um ser perfeitamente racional.
Foram aplicados questionários a 286 respondentes, 61% universitários da área de negócios, e 39% da área de humanidades. As questões iniciais captaram características de gênero, estado civil, raça, formação, formação superior prévia, ano de ingresso, local de origem, ascendência, renda familiar e conhecimento prévio sobre riscos. As questões seguintes buscaram detectar a aversão ou propensão ao risco dos respondentes em situações hipotéticas de ganho ou perda. As respostas foram analisadas pelo teste Qui- Quadrado de diferenças de médias, ao nível de 5% de significância estatística.
Os resultados mostraram que as respostas dos alunos de ambas as áreas de formação não apresentaram diferenças estatisticamente significantes quanto à postura em relação ao risco. Contudo, quando as respostas dos alunos foram observadas a partir de outras variáveis, diferenças de postura com relação ao risco foram detectadas. Em especial, para as variáveis Ano de Ingresso, Gênero e Conhecimento Prévio Sobre o Assunto, as respostas mostraram que os alunos tinham diferentes níveis de propensão (ou aversão) ao risco.
Independente da área de formação universitária (negócios ou humanística), os alunos (respondentes) tendem a manifestar os mesmos níveis de aversão (ou propensão) ao risco em situações que envolvam decisões financeiras. No entanto, quando observados por outras variáveis (gênero, ano de ingresso no curso e conhecimentos prévios sobre finanças e risco), as diferenças de postura com relação ao risco se manifestam. Os homens se mostraram mais propensos ao risco, bem como os alunos mais veteranos e aqueles que tinham conhecimentos prévios sobre finanças e risco.
KAHNEMAN, D.; TVERSKY, A. Prospect theory: an analysis of decision under risk. Econometrica, v. 47, n. 2, 1979. KIMURA, H.; BASSO, L. F. C.; KRAUTER, E. Paradoxos em finanças: teoria moderna versus finanças comportamentais. Revista de Administração de Empresas, v. 46, n. 1, 2006. YOSHINAGA, C. E.; RAMALHO, T. B. Behavioral Finance in Brazil: applying the prospect theory to potential investors. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 16, n. 53, p. 594-615, 2014.