Resumo

Título do Artigo

O QUE O COVID-19 REVELA SOBRE A CULTURA DOS PAÍSES
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Palavras Chave

Cultura
Sociedade
Covid-19

Área

Administração Pública

Tema

O Covid-19 e a Gestão Pública

Autores

Nome
1 - Alberto Augusto Lange
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Programa De Pós Graduação em Administração - PPGAD
2 - Michelle Karine de Melo
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - PPGAD - Programa de Pós-graduação em Administração
3 - Adriana Kroenke
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Programa de Pós-Graduação em Administração e Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis

Reumo

O Covid-19 alarmou diversos campos da literatura, desde a saúde, assim como as ciências humanas ou sociais aplicadas, as quais buscam compreender o comportamento humano em momentos de crise. Contudo, apesar da literatura contemplar a importância da cultura em motivações institucionais, não encontramos consenso quanto à real influência das características de culturas globais nas medidas contra o Covid-19. Nesse sentido, nossa análise se dá sobre a influência dos indicadores culturais de Hofstede (2009, 2011) no número de óbitos crescentes em 63 nações contemporâneas.
Ao testemunhar o efeito do fenômeno cultural sobre o número de mortes por Covid-19 nas 63 nações, pretendemos compreender a eficácia de medidas restritivas entre dois grupos de países contemplados na amostra, um que aderiu às normas preventivas com antecedência e outro que protelou a decisão.
Para Thompson (2018), este campo literário denominado de ‘Teoria Cultural’ vem contribuindo para o avanço de estudos que analisam a complexidade do ser humano, e ainda, divide as relações sociais em três distintos padrões: a) uma rede de pessoas focadas no egocentrismo. b) grupos com limites e laços igualitariamente compostos. E por fim, c) grupos comandados por uma hierarquia uniforme.
Realizamos um levantamento de dados secundários e os analisamos com procedimento de regressão linear múltipla. A amostra reúne 63 países presentes no estudo de Hofstede (hofstede-insights.com) e número de mortes por milhão das nações, no período de abril até 1 de julho de 2020 (Universidade John Hopkins). Realizamos a regressão pelo comparativo dos grupos que aderiram à quarentena e analisamos a influência do Individualismo e do Coletivismo social no número de óbitos por Covid-19.
Observando-se o resultado à luz da teoria, visualizamos um comportamento esperado de acordo com os conceitos de coletivismo expressos por Hofstede (2009, 2011) em que as nações que demonstram comportamento mais coletivista preferem uma estrutura unida, na qual os indivíduos esperam que seus parentes ou membros do grupo social se cuidem mutuamente em troca de uma lealdade inquestionável tal qual se presencia na ação de distanciamento social e prática da quarentena em que há pacto de responsabilidade mútua.
Os resultados encontrados por meio do modelo estatístico confirmam a necessidade e a primazia do senso de coletivismo, uma vez que as nações com indicador cultural mais individualista apresentaram maior número de mortes por milhão. Por consequência, observamos também a necessidade da adesão à quarentena, já que as nações que a adotaram apresentam diferença estatística significante na diminuição do número de mortos por milhão.
Delia, P. F. (2020) Cross-Cultural differences in risk perception and risk communication. A case study on the Covid-19 outbreak. Furlong, Y., & Finnie, T. (2020). Culture counts: The diverse effects of culture and society on mental health amidst COVID-19 outbreak in Australia. Irish Journal of Psychological Medicine, 1-13. Hofstede, G. (2009). Geert Hofstede cultural dimensions. Hofstede, G. (2011). Dimensionalizing cultures: The Hofstede model in context. Online readings in psychology and culture, 2(1), 8.