1 - Álvaro Freitas Faustino Dias UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS) - Escola de Administração e Negócios (ESAN)
2 - CAROLINE PAULETTO SPANHOL FINOCCHIO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS) - Escola de Administração e Negócios
3 - Ana Luísa Ferreira Pinto de Moura Leite da Cunha Universidade Aberta - Departamento de Ciências e Tecnologia
4 - Luís Miguel Soares Ribeiro Leite da Cunha Universidade do Porto - Faculdade de Ciências, DGAOT / GreenUPorto
5 - Thelma Lucchese Cheung UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS) - esan
Reumo
A obesidade é considerada como um grave problema de saúde pública, quer ao nível da morbidade, quer pela mortalidade prematura associada (WHO, 2009). Além disso, observa-se que a obesidade é um fator de risco para doenças graves e morte pela covid-19 (HO et al, 2020, SIMONNET et al, 2020). Diante da abrangência e dos impactos da obesidade, diferentes países têm elaborado políticas que possam reduzir os índices observados. Destaca-se, também, o importante papel do marketing de alimentos e da ciência na busca por soluções.
O presente estudo visa compreender como a ciência tem abordado as políticas públicas relativas ao consumo de alimentos e a obesidade (PPCAO).
A implementação de políticas públicas que promovam, em longo prazo, a produção, transporte e marketing de alimentos saudáveis (no caso dos hortifrútis), contribui para o aumento da disponibilidade e acessibilidade destes alimentos junto dos consumidores. Por exemplo, maior oferta de alimentos saudáveis e a sua subsidiação, quer em ambiente escolar ((WHO, 1998; WHO, 2014) quer no local de trabalho (TASK FORCE ON COMMUNITY PREVENTIVE SERVICES, 2009; WHO, 2008), têm contribuído para o aumento do seu consumo ainda que em baixos índices (POPKIN; ADAIR; NG, 2012).
Este estudo partiu de uma pesquisa bibliométrica, com objetivo de verificar como a ciência tem abordado as PPCAO, considerando em particular suas interrelações com o marketing agroalimentar. Além da pesquisa bibliométrica, foi utilizada a técnica de mineração de texto, cujo objetivo principal é extrair informações implícitas, desconhecidas e com grande potencial a partir dos dados em forma de texto (WITTEN; FRANK, 2005). Neste estudo recorreu-se à base de dados Web of Science para realizar o levantamento dos documentos científicos no período entre 2007 e 2016.
Nota-se que a taxa de crescimento das publicações científicas não foi uniforme ao longo do período analisado. Destaca-se que as maiores taxas de crescimento foram observadas nos anos de 2008 (69,2%), 2011 (64%), 2013 (93,5%) e 2016 (20,4%). As palavras mais frequentes presentes nos documentos são: escola/school, criança/child, bebida/beverage, nutrição/nutrition e saudável/healthy. Em uma análise mais detalhada dos dados, nota-se que a palavra school apareceu com maior frequência nos anos de 2009 (129 vezes) e 2013 (174 vezes).
Os resultados apontaram aumento nos estudos relacionados a temática no período 2007-2016, coincidindo com a publicação do “Global Action Plan for the Prevention and Control of NCDs 2013-2020” pela WHO. A análise proposta permitiu visualizar a multidisciplinariedade das PPCAO, elucidando as expressões de palavras predominantes nos documentos analisados, bem como as ênfases atribuídas pela ciência. É reconhecida a importância e influência do marketing no atendimento às demandas dos consumidores, tendo relações com as palavras availability, consumer, childhood, eat, child, support e unhealthy.
POPKIN, BM, ADAIR, LS, NG, SW. Now and Then: The global nutrition transition – the pandemic of obesity in developing countries. Nutr. Rev. v. 70, p. 3-21, 2012.
SIMONNET A. et al. High Prevalence of Obesity in Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus-2 (SARS-CoV-2) Requiring Invasive Mechanical Ventilation. Obesity . v. 28, n. 7, p. 1195-1199, 2020.
WHO. Global Status Report on noncommunicable diseases Gevena: WHO, 2014. Acesso em 18 Jun 2018. Disponível em: .