1 - LUAN VINICIUS BERNARDELLI Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR) - Campus Apucarana - UNESPAR - Apucarana
2 - Camila Pereira UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL) - Londrina
3 - Paulo Rogério Alves Brene Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) - ccsa-ccp
4 - Luccas Damasceno da Cunha Castorini Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) - Cornélio Procópio
Reumo
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a proporção de pessoas com distúrbios de ansiedade é globalmente crescente, especialmente em países de renda baixa. A vida no meio universitário é um ambiente repleto de incertezas e os problemas emocionais dos estudantes universitários são ainda maiores do que os da população em geral (IBRAHIM et al., 2013). Nesse contexto, fica evidente que é essencial compreender os aspectos que envolvem o desenvolvimento da ansiedade no ambiente universitário e propor mecanismos para mitigação dos impactos negativos aos discentes.
Questões psicológicas podem afetar a capacidade de se relacionar com outras pessoas, dificultando as relações sociais (BORBA, HAYASIDA e LOPES, 2019).
O objetivo deste trabalho é verificar o nível de ansiedade em estudantes universitários dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas de uma Universidade Estadual do interior do Paraná e avaliar como a ansiedade pode afetar as habilidades sociais dos discentes.
Em relação às características essenciais para “sobreviver” no mundo contemporâneo, a habilidade social é uma das mais relevantes.
Para Igue, Bariani e Milanesi (2008), as expectativas geradas nos alunos no início do curso quanto às vivências representam um dos fatores determinantes no processo de integração ao ensino superior, a decepção entre as expectativas iniciais e o que a instituição realmente oferece pode se constituir em uma fonte de desânimo, decepção, acarretando em mal desempenho do discente.
O questionário foi aplicado em 451 alunos de cursos de uma Universidade Estadual do interior do Paraná.
Para analisar o grau de ansiedade, utilizou-se a escala Hospital Anxiety and Depression (HAD). Já para analisar as habilidades sociais foram utilizadas questões do questionário desenvolvido por Del-Prette, Del Prette e Barreto (1998).
Dessa forma, foi construído um indicador que aponta para provável ansiedade dos alunos, o qual foi explorado por meio de técnicas de análise quantitativa e correlacionado com as habilidades sociais dos alunos por meio do coeficiente de correlação de Pearson.
Os resultados encontrados apontam que 53% das mulheres e 35% dos homens apresentaram provável ansiedade, totalizando 45% da amostra. Ainda apontam que alunos no último período do curso apresentam maiores níveis de ansiedade, comparado com os demais períodos. Por fim, verificou-se uma correlação negativa entre a ansiedade e as habilidades sociais, mensuradas pela capacidade de abordar uma autoridade, receptividade de elogio e pela capacidade de pedir ajuda.
Este trabalho proporciona resultados importantes à literatura por apresentar uma realidade empírica de uma universidade do interior do Paraná e correlacionar estes resultados com as habilidades sociais dos alunos.
Através dos resultados é possível evidenciar um elevado percentual de alunos com provável ansiedade, e que a ansiedade está negativamente relacionada com as habilidades sociais, ou seja, alunos com ansiedade tendem a ter menor habilidade social.
IBRAHIM, A. K. et al. A systematic review of studies of depression prevalence in university students. Journal of psychiatric research, v. 47, n. 3, p. 391-400, 2013.
IGUE, E. A.; BARIANI, I. C. D.; MILANESI, P. V. B. Vivência acadêmica e expectativas de universitários ingressantes e concluintes. Psico-USF, v. 13, n. 2, p. 155-164, 2008.
BORBA, C. S.; HAYASIDA, N. M. A.; LOPES, F. M. Ansiedade social e habilidades sociais em universitários. Psicol. pesq., Juiz de Fora , v. 13, n. 3, p. 119-137, dez. 2019.