Resumo

Título do Artigo

VIABILIDADE DO INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURA DE ARMAZENAGEM: COMPARATIVO ENTRE ARMAZENAGEM CONVENCIONAL E SILO BOLSA
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Palavras Chave

Armazenagem
Investimento
Silo bolsa

Área

Operações

Tema

Logística e Cadeia de Suprimentos

Autores

Nome
1 - Abner Matheus João
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - ESALQ
2 - Fernando Vinícius da Rocha
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - ESALQ
3 - Vinícius Brito Henrique
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - ESALQ/USP - Piracicaba
4 - José Vicente Caixeta Filho
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - ESALQ

Reumo

O Brasil tem por mérito uma grande representatividade na produção e exportação de commodities, principalmente quanto a produtos agroindustriais. No estado do Mato Grosso, principal produtor nacional de soja e milho, a capacidade de armazenagem instalada é inferior à produção anual desses cereais. Isso faz com que, desconsiderando o estoque de passagem, recorrente nas últimas safras, não há possibilidade de se armazenar a produção desse estado nos armazéns, resultando em grandes oscilações nos preços de frete nos momentos de pico nas movimentações, reduzindo a rentabilidade do produtor rural.
O produtor não tem poder de determinar seu preço, restando, então, a necessidade de reduzir os custos presentes no processo de produção e distribuição para que sua rentabilidade seja aumentada. Inserido nesse contexto, o presente artigo objetiva analisar o potencial de ganhos econômicos a partir da utilização de dois sistemas de armazenagem: (i) o sistema convencional, em que a soja é depositada mantida em silos tradicionais; ou (ii) silo bolsa.
De acordo com os dados do IBGE (2018) é possível aferir que as principais regiões produtoras (Mato Grosso, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e Bahia) apresentam capacidade estática insuficiente para armazenar a produção anual das duas principais culturas. Como exposto por Gallardo (2010), o Brasil possui déficit de armazenagem de cerca de 70 milhões de toneladas para cumprir o mínimo de capacidade estática recomendado pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), sendo que a entidade estipula que a capacidade estática deva superar em 20% a produção anual do país.
O estudo se baseia no caso de um produtor com uma propriedade rural na cidade de Sorriso, no Estado do Mato Grosso, com produção de soja anual constante de 9.000 toneladas, podendo esta ser colhida em sua totalidade em janeiro, fevereiro ou março e escoada até o mês de dezembro. Os ganhos econômicos provindos da utilização da armazenagem se dão, segundo Marques e Aguiar (1990), no momento em que receita líquida obtida com a venda no período futuro for superior à receita líquida obtida com a venda da produção no momento da colheita. Para cada ano, há três possibilidades de colheita de soja.
Mais uma vez nota-se que a armazenagem é mais vantajosa quando a colheita é mais tardia, sendo que a média de meses em que o produto ficaria armazenado é de 3,1 para a colheita precoce, 3,9 para a colheita padrão e 4 para o período de colheita tardia.Ao se comparar os resultados das duas possibilidades de investimento em armazéns para resguardar a soja produzida anualmente em determinada propriedade rural, tem-se que o Valor Presente Líquido é sempre maior para o projeto não-convencional, relacionado com a utilização de silos bolsa para armazenagem, pelo fato de que os custos são menores.
Há margens para ganhos com a utilização da armazenagem em todos os cenários de colheita, uma vez que o ganho máximo é positivo. Mesmo com a possibilidade de ganhos com a manutenção da produção armazenada em todos cenários e há maiores oportunidades de lucro quando a colheita é tardia. Quanto ao investimento em armazenagem, os resultados apontaram que há possibilidade de obtenção de lucro no investimento tanto no modelo convencional como com a utilização de silos bolsa. Para os silos bolsa, o ganho possível com a utilização da armazenagem é menor, pois as opções de venda são menores.
GALLARDO, A.P.; STUPELLO, B.; GOLDBERG, D.J.K.; CARDOSO, J.S.L.; PINTO, M.M.O. Avaliação da Capacidade da Infraestrutura de Armazenagem para os Granéis Agrícolas Produzidos no Centro-Oeste Brasileiro. CEGN – Centro de Estudos em Gestão Naval. 2010. IBGE. Pesquisa de Estoques – 2º Semestre de 2017. 2018. Disponível em: < https://sidra.ibge.gov.br/home/estoques> Acesso em 04/07/2018. MARQUES, P. V.; AGUIAR, D. R. D. Comercialização de produtos agrícolas. Piracicaba: Edusp, 1990. 295 p.