Resumo

Título do Artigo

EMPREENDEDORISMO E NEGÓCIOS SOCIAIS NA ÓTICA DOS STAKEHOLDERS: Um estudo das perspectivas de caracterização
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Palavras Chave

Empreendedorismo Social
Negócio Social
Stakeholders

Área

Empreendedorismo

Tema

Empreendedorismo Social

Autores

Nome
1 - Pedro Henrique Rodrigues de Sousa
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - PPGA
2 - MARCELLUS SILVEIRA CURVELLO LOPES
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Campus Darcy Ribeiro
3 - Edgar Reyes Junior
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Departamento de Administração

Reumo

Os negócios sociais passam a atrair a atenção da sociedade, não apenas daqueles que seriam beneficiados pelo alcance desses objetivos sociais, mas também de empreendedores que estão em busca novas oportunidades de negócios e de contribuição social (Kiyama, 2012). Entretanto, pelas suas características, os negócios sociais devem executar seus processos de forma distinta das organizações tradicionais (Barki et al, 2015), e criar soluções de longa duração que atendem as necessidades sociais ao mudar os relacionamentos, posições e regras entre os stakeholders envolvidos (Voorberg et al, 2014).
Conforme argumenta Spieth et al. (2018), é importante que se amplie o conhecimento sobre as características gerais e particularidades dos negócios sociais. Diante disso, o estudo teve como objetivo caracterizar um empreendimento social a partir das perspectivas Europeia, Americana e Países Emergentes, com base na visão dos clientes, fornecedores, colaboradores e proprietário. Isto posto, a pesquisa se propôs a responder a seguinte questão de pesquisa: Com base na ótica dos stakeholders, como se enquadra o empreendimento social a partir das perspectivas de caracterização de negócio social?
A criação de empreendimentos sociais no Brasil segue uma tendência mundial, em que os Estados, por falharem em suas responsabilidades para solucionar questões sociais, observam esses deveres sendo absorvidos também por membros da sociedade civil (Campos et al, 2012). Essa especificidade do empreendedorismo trata-se de uma atividade criadora de valor social que pode ocorrer na esfera governamental, civil ou empresarial (Austin, Stevenson, & Wei-Skillern, 2006). O conceito de empreendedorismo social acaba por diminuir as fronteiras entre o 1º, 2º e 3º setor (Melo Neto, Fróes, & 2002),
O estudo classifica-se como uma pesquisa descritiva, e para o alcance dos objetivos da pesquisa, foi realizado um estudo de caso em uma empresa social. A abordagem e a natureza dos dados desta pesquisa é qualiquantitaviva. O conjunto de participantes selecionados para a execução deste estudo é composto por clientes, gerentes, colaboradores e fornecedores da empresa. Foi desenvolvido um questionário com perguntas em escala Likert, baseado no quadro descritivo-analítico elaborado por Parente et al (2014), composto por perguntas relacionadas aos componentes em análise.
Os aspectos da empresa analisada foram relacionados com perspectivas do modelo ensaiado por Comini, Barki e Aguiar (2012). A empresa não se enquadra estritamente em nenhuma das perspectivas propostas pelos autores. Apesar de possuir mais características relacionadas à perspectiva americana, a empresa estudada também possui características da perspectiva europeia e de países emergentes, representando um indicativo de que há negócios sociais com características essencialmente híbridas.
O achado empírico deu-se por meio da análise das características da empresa estudada no quadro de perspectivas sobre negócios sociais de Comini, Barki e Aguiar (2012). O estudo identificou que as perspectivas não são excludentes; uma mesma organização pode apresentar aspectos que são mais adequadamente vinculados a diferentes perspectivas; e, a partir desses achados, é possível identificar a importância de se ampliar os estudos que permitam classificações de empreendedorismo social em diferentes contextos.
Ávila, L. V., Barros, I. C. F., Madruga, L. R. R. G., & Schuch, V. F. J. (2014). Características das publicações sobre empreendedorismo (social) no Web of Science no período 2002-2011. Administração Pública e Gestão Social, v.6, n.2, 88-100. Comini, G., Barki, E., & Aguiar, L. (2012). A three-pronged approach to social business: A Brazilian multi-case analysis. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v.47, n.3, 385-397. Spieth, P., Schneider, S., Clauß, T., & Eichenberg, D. (2018). Value drivers of social businesses: A business model perspective. Long Range Planning.