Resumo

A escassez dos recursos naturais, a má distribuição de renda e o aumento dos níveis de consumo são dilemas vividos pela sociedade contemporânea (WWF, 2014). As questões ambientais têm ganhado espaço e atenção de consumidores e pesquisadores. Neste contexto, surgem iniciativas que visam um consumo mais consciente e sustentável, como o consumo colaborativo, crescente tendência global, combina motivações pessoais, questões ambientais, sociais e econômicas (ARRUDA et al., 2016). Os coworking são um exemplo, trazendo mudanças aos arranjos tradicionais de trabalho e valores sociais como colaboração.

Este trabalho busca responder a seguinte questão de pesquisa: “Qual a atitude dos usuários de espaços coworkings em relação à sustentabilidade? Se positiva, ela é um fator motivador para adesão de espaços coworkings?” O objetivo geral desta pesquisa é, investigar a relação entre atitude pró-ambiental dos coworkers e as motivações para adesão de espaços coworkings. Para atingir o objetivo, foi delineado objetivos específicos: i) Avaliar a atitude quanto à sustentabilidade dos usuários de espaços de coworking; ii) Identificar os elementos que compõem a motivação para adesão a espaços coworkings.

O desenvolvimento econômico resultou no consumo excessivo de recursos naturais e na interrupção do equilíbrio do ambiental (TANNER; KAST, 2003). A sustentabilidade emerge como a fim minimizar os problemas ambientais e os prejuizos às futuras gerações. Surge, assim, uma necessidade por um consumo mais inteligente, com iniciativas que buscam compartilhar ativos ociosos, reduzindo os desperdícios, como o consumo colaborativo (WWF, 2014; CHASE, 2015). Dentre as várias maneiras de praticar o consumo colaborativo, os coworkings, espaços compartilhados de trabalho, se destacam e ganhado o mundo.

A pesquisa ocorreu através de uma investigação de natureza quantitativa, de tipologia descritiva e de caráter exploratório, pois objetiva descrever e observar a relação entre as variáveis consumo colaborativo e atitude pró-ambiental através dos usuários de espaços coworking no período 2018, na cidade de Fortaleza, 6ª cidade brasileira com maior número de escritórios compartilhados, segundo o Censo Coworking Brasil (2017). Quanto aos procedimentos, esta pesquisa se caracteriza por survey transversal com o intuito de descrever o fenômeno, fundamentado em dois questionários de pesquisas

Foi conduzida uma análise fatorial nas escalas de coworking e atitude sustentável. Em ambas, foram identificados quatro fatores. Para o coworking, as motivações identificadas para sua utilização foram: econômica, de sustentabilidade, imagem e confiança. Na atitude sustentável, os fatores identificados foram: meio ambiente, reciclagem, dificuldades e pressões. Utilizou-se ainda análise de clusters. Evidencia-se que a motivação econômica é a mais forte para a utilização de coworking, e que os respondentes com melhor atitude sustentável, são mais motivados por outros fatores além do econômico.

O objetivo desse artigo foi investigar a influência da atitude pró-ambiental na adesão de espaços coworkings. Realizou-se uma pesquisa com 67 coworkers, usuários de espaço coworking em Fortaleza. Os resultados mostram que há uma maior relação entre a atitude pró-ambiental dos coworkers e suas motivações para aderir a espaços de coworkings. Entende-se que há uma grande importância na inclusão do atributo sustentabilidade como estratégia de marketing dos espaços de coworking, aliado a uma proposta de benefício financeiro, principal fator motivador para adoção dos serviços.

ALGAR, R. Collaborative consumption. Leisure Report, London, p. 16-17, apr.2007. BOTSMAN, R.; ROGERS, R. O que é meu é seu: como o consumo colaborativo vai mudar o nosso mundo. Porto Alegre: Bookman, 2011 FISHBEIN, M.; AJZEN, I. Belief, Attitude, Intention, and Behavior: An Introduction to Theory and Research. Reading, MA: Addison-Wesley, 1975 LAROCHE, M., BERGERON, J., & BARBARO- FORLEO, G. Targeting consumers who are willing to pay more for environmentally friendly products. Journal of Consumer Marketing, v.18, n. 6, p. 503–520, 2001.