Resumo

Título do Artigo

CONTRIBUIÇÃO DO BITCOIN NA MELHORA DA EFICIÊNCIA DE UM PORTFÓLIO DE INVESTIMENTOS
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Palavras Chave

BITCOIN
PORTFÓLIO
EFICIÊNCIA

Área

Finanças

Tema

Técnicas de Investimento

Autores

Nome
1 - Ana Luisa Moutinho
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Instituto de Ciências Agrárias
2 - Roberto Silva da Penha
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Instituto de Ciências Agrárias - ICA

Reumo

Torna-se comum a comparação do Bitcoin com outros ativos, sendo utilizado para diminuir os riscos. Como o Bitcoin tem uma negociação diária e constante, consegue uma melhor velocidade nos retornos e garante sua posição no mercado de análise de portfólio e gestão de riscos (DYHRBERG, 2016). É evidente o espaço para as criptomoedas nas carteiras de investimentos, que se apresentam conectados entre si e distantes dos ativos tradicionais. Caracterizam-se como uma nova classe de ativos, possuindo suas características intrínsecas e possibilitando variações aos investidores (CORBET et al., 2018).
Diante dessas lacunas, levanta-se a seguinte questão de pesquisa: O uso do Bitcoin pode trazer benefícios de otimização de uma carteira de investimentos? Caso sim, qual é a sua participação? Portanto, o objetivo desta pesquisa compreende verificar se o uso do Bitcoin pode trazer benefícios de otimização de uma carteira de investimentos e, caso sim, qual é a sua participação.
Com o advento das criptomoedas, alguns estudos (BRIÈRE; OOSTERLINCK; SZAFARZ, 2015; BOURI et al., 2017b; AGGARWAL; SANTOSH; BEDI, 2018; CORBET et al., 2018; SYMITSI; CHALVATZIS, 2018) começaram a utilizar o Bitcoin como alternativa de investimento, buscando montar um portfólio otimizado com diversos ativos financeiros. Nessas pesquisas, em geral, foram apontadas as baixas correlações do Bitcoin com os demais ativos. Segundo Bouri et al. (2017a), o investimento de curto prazo em Bitcoin pode equilibrar as incertezas do mercado financeiro.
O universo da pesquisa compreende 48 observações mensais, no período entre janeiro de 2014 a dezembro de 2017, para cada uma das variáveis utilizadas no estudo, a saber: (a) Ibovespa; (b) IBrX 50; (c) LFT; (d) ouro; (e) real-dólar; e (f) Bitcoin. Os ativos escolhidos coincidem com os utilizados nos trabalhos desenvolvidos por Wu e Pandey (2014) e Symitsi e Chalvatzis (2018). o procedimento de cálculo para otimização da carteira se deu mediante o uso da ferramenta Solver do Microsoft Excel®. Foi montada uma carteira com e sem Bitcoin, para responder ao problema de pesquisa.
Mediante esses dados, evidencia-se que os retornos dos portfólios são maiores em carteiras contendo o Bitcoin, chegando a oferecer uma diferença de quase 6% em 2017. Os anos de 2015, 2016 e 2017 apresentaram resultados discrepantes no índice Sharpe, a favor da carteira com o Bitcoin, curiosamente a carteira de 2014 que teve diferença praticamente inexistente foi o ano em que o Bitcoin não se mostrou interessante para composição da carteira, obviamente o ano de retorno negativo do Bitcoin.
Acréscimo do Bitcoin em um portfólio de investimento se mostrou vantajosa, permitindo trazer uma melhor otimização da carteira, quanto ao peso de participação, excluindo o ano de 2014, foram: de 15,15%, em 2015; 16,26% em 2016; 17,47% em 2017; por último ao considerar o período global de 2014 a 2017 a carteira deveria possuir 18,27%. Assim estes resultados corroboram os achados de pesquisas anteriores (WU; PANDEY, 2014; AGGARWAL; SANTOSH; BEDI, 2018) que indicaram benefícios da inclusão do Bitcoin em um portfólio diversificado, e indo de encontro aos resultados de Symitsi e Chalvatzis (2018).
AGGARWAL, S.; SANTOSH, M.; BEDI, P. Bitcoin and Portfolio Diversification: Evidence from India. Cham: Springer, 2018. BOURI, E.; MOLNÁR, P.; AZZI, G.; ROUBAUD, D.; HAGFORS, L. I. On the hedge and safe haven properties of Bitcoin: Is it really more than a diversifier? Finance Research Letters, v. 20, p. 192–198, 2017. BRIÈRE, M.; OOSTERLINCK, K.; SZAFARZ, A. Virtual currency, tangible return: Portfolio diversification with bitcoin. Journal of Asset Management, v. 16, n. 6, p. 365–373, 2015. NAKAMOTO, S. Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System. p. 1–9, 2008.