Resumo

Título do Artigo

Influências de Aspectos Comportamentais na Decisão de Crédito do Analista
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Palavras Chave

Decisão de crédito
Finanças comportamentais
Perfil psicológico

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - TATIANE MENDONÇA
Faculdade FIPECAFI (FIPECAFI) - Maestro Cardim
2 - RODRIGO PAIVA SOUZA
Faculdade FIPECAFI (FIPECAFI) - Maestro Cardim
3 - Paschoal Tadeu Russo
Faculdade FIPECAFI (FIPECAFI) - São Paulo

Reumo

O processo de concessão de crédito é uma estratégia comercial que pode representar uma parcela bastante significativa do faturamento das empresas de alguns segmentos. Porém, Silva Brito e Assaf Neto (2008), alertam para o risco de crédito, que representa a possibilidade de o credor incorrer em perdas, em razão de as obrigações assumidas pelo tomador não serem liquidadas nas condições pactuadas. Os modelos de análise de crédito podem ser mais ou menos estruturados, especialmente em organizações financeiras de pequeno porte, tendem a ser bastantes simplificados.
Modelo de avaliação de crédito menos estruturado pode ter influência de aspectos comportamentais do analista na decisão final. O presente trabalho tem como objetivo geral avaliar se há indícios de influência do perfil psicológico do analista na decisão de crédito (vendas à prazo) de organizações não financeiras. Nesse sentido, buscou-se o apoio da teoria dos perfis psicológicos para construir um instrumento que identifica o alinhamento comportamental de profissionais de controladoria e finanças com relação a sua visão de mundo.
Jung (2011) destaca dois tipos de personalidades básicos: “pensamento” e “sentimento”. Indivíduos que pertencem ao primeiro grupo costumam orientar suas decisões por meio de um processo de formulação da realidade objetiva, sendo assim, um indivíduo extrovertido e com predomínio da função "pensamento" tende a ser extramente técnico na realização de suas funções profissionais. Já os indivíduos tipificados como "sentimento", costumam se preocupar com a repercussão de sua escolha e buscam fazer aquilo que se espera, orientados por seus sentimentos, valores e crenças.
Por meio de um experimento foram coletados dados de 118 participantes, No grupo de estudo 63 indivíduos receberam informações financeiras e não financeiras de uma empresa com boa saúde financeira. No grupo de controle outros 53 indivíduos receberam informações de uma empresa com saúde financeira ruim. Todos os indivíduos responderam a um questionário para mapear o seu perfil psicológico "pensamento" ou "sentimento", e decidiram sobre a decisão de crédito de suas empresas. Os dados foram tratados por meio de regressões, onde VD foi "decisão de crédito" e VI foi "perfil psicológico".
Os resultados demonstraram que há influência significativa do perfil psicológico do analista de crédito quando o modelo de avaliação é mais simples e baseado apenas em demonstrativos financeiros sem nenhuma orientação (Balanço Patrimonial e DRE). Entretanto, a medida que se incrementam informações financeiras mais estruturas (indicadores de liquidez, endividamento, rentabilidade etc) e informações de mercado, a decisão de crédito deixa de ser influenciada pelo perfil psicológico do analista de crédito.
Organizações que desejam desenvolver um modelo de avaliação de crédito mais objetivo e menos dependente das características comportamentais do analista deverão inserir informações mais complexas no processo decisório (informações financeiras e não financeiras). Por outro lado, a medida que o modelo torna-se mais complexo, elimina-se a influência dos aspectos comportamentais dos analistas, porém, em alguns casos as organizações podem desejar um modelo de avaliação de crédito com influência do analista, nesses casos deve utilizar um modelo menos estruturado para decisões mais personalizadas.
Assaf Neto, A. (2010). Estrutura e Análise de Balanços Um Enfoque Econômico-Financeiro. Editora Atlas. Junior, F. H. F. D. C., & Famá, R. (2010). As novas finanças e a teoria comportamental no contexto da tomada de decisão sobre investimentos. REGE Revista de Gestão, 9 (2). Halfeld, M., & Torres, F. D. F. L. (2001). Finanças comportamentais: a aplicações no contexto brasileiro. Revista de administração de empresas, 41(2), 64-71. Jung, C. G. (2011). Tipos psicológicos. Editora Vozes Limitada.