Resumo

Os avanços tecnológicos desencadearam a globalização na década de 90 e modificaram o mercado rapidamente. Com intuito de minimizar os impactos gerados por estas transformações, surgiram estudos na Administração sobre Gestão da Mudança (CONNER, 1995). Para trabalhar esta temática junto aos seus empregados, as organizações adotaram o conceito de resiliência, por ser conhecido como a capacidade do indivíduo para enfrentar as situações turbulentas, sem sofrer abalos, retornando ao seu estado anterior após o estresse (YUNES, 2003; PINHEIRO, 2004).

Problema: Os fatores protetores sustentam a resiliência do indivíduo mediante uma adversidade como o assédio moral no trabalho? Objetivo: Apresentar se é possível que o indivíduo desenvolva a resiliência, no conceito aplicado pela Administração, mediante o assédio moral no trabalho.

A resiliência costuma ser definida como a capacidade de responder satisfatoriamente a uma situação de estresse. Está apoiada sob dois pilares: a adversidade e a proteção (ASSIS, 2006). Originária do latim, a palavra resilio denota retornar a um estado anterior (YUNES, 2003; PINHEIRO, 2004).

Optou-se pelo estudo exploratório, qualitativo, com entrevista semiestruturada individual, presencial. Os entrevistados foram escolhidos através da técnica do snowball (Bola de Neve), sendo sete vítimas de assédio moral e três integrantes de comissão de investigação de assédio. Os dados foram tratados por análise do discurso.

Os resultados revelaram que os fatores protetores não foram suficientes para superar adversidades organizacionais, pois o assediado não consegue se manter resiliente mediante assédio moral, adoece e sofre abalo psicológico.

Como contribuição, foi revelado que o conceito de resiliência no campo da Administração não se sustenta nas empresas e precisa ser remodelado. Espera-se que este estudo contribua para que a academia, administradores, pesquisadores reflitam sobre este conceito, que além de incentivar a exposição do trabalhador aos riscos organizacionais, remete à aceitação da precarização nas relações de trabalho

CIMBALISTA, Silmara. Subjetividade e resiliência: o cotidiano adverso do trabalho flexível. In: X ENCONTRO NACIONAL DA ABET, Rio de Janeiro, 2007. p.220. CONNER, Daryl R. Gerenciando na velocidade da mudança: como gerentes resilientes são bem-sucedidos e prosperam onde os outros fracassam. Rio de Janeiro: IBPI. 1995. p.246. JOB, Fernando Pretel Pereira. Os sentidos do trabalho e a importância da resiliência nas organizações. 2003. 242f. Tese (Doutorado). Escola de Administração de Empresas de São Paulo. Fundação Getúlio Vargas. São Paulo. 2003 RUTTER, Michael. Resilience: some conceptual. Jour