Resumo

Título do Artigo

Percepção de risco na internacionalização de empresas brasileiras com diferentes modos de entrada no mercado externo
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Palavras Chave

Risco
Percepção de Risco
Processo de Internacionalização

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Internacional e Globalização

Autores

Nome
1 - Ronaldo de Oliveira Santos Jhunior
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração
2 - Gustavo Abib
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Departamento de Administração

Reumo

O cenário de negócios internacionais, principalmente no que se refere a última década, observou a crescente expansão de empresas oriundas de países emergentes na atuação além-fronteiras. São empresas com pouca tradição em atuar fora de seus países de origem e conhecidas como late movers. O Brasil se insere nesse contexto, o que traz à tona a contemporaneidade da presente investigação. Assim, a medida que empresas atuam em mercados internacionais com maior grau de incertezas para organizações estrangeiras, mais necessário se faz ampliar conhecimentos acerca do risco em negócios internacionais.
A pesquisa possui como problemática a busca por entender como se como se configura a percepção de riscos em negócios internacionais por parte de gestores em empresas brasileiras com diferentes formas de internacionalização.
Nos negócios internacionais, as percepções de risco, principalmente em termos de distância psíquica, geográfica e cultural, e diferenças no desenvolvimento do mercado afetam os processos de internacionalização. Um fator de risco na internacionalização é a escolha do modo de entrada, pois os diferentes modos de entrada implicam distintos níveis de risco. Embora a distância e a escolha do modo de entrada sejam representações teóricas do risco nas decisões de localização e entrada, poucas evidências existem sobre como essas percepções levam a efetivação de processos gerenciais além-fronteiras.
Quanto à abordagem, a pesquisa se caracteriza como qualitativa, tratando-se de uma pesquisa aplicada a campo e estabelecida como estudo de casos múltiplos. Foram estudadas seis empresas brasileiras do sul e sudeste brasileiro, nas quais gestores com responsabilidades frente ao processo de internacionalização foram entrevistados de maneira semiestruturada. Outra fonte de informação foram os documentos cedidos ou encontrados em ambientes públicos. Para análise de conteúdo pretendida, utilizou-se o software Atlas.Ti em sua sétima versão.
Notou-se que as empresas analisadas buscaram meios para suprir a falta de informação sobre mercados externos e mitigar a percepção de risco causada por este fato. Observou-se a tentativa de fazer parte de redes mantendo contato com outros gestores e empreendedores dos ramos específicos das empresas. Estratégias de benchmarking, participação em eventos, entrada em incubadoras internacionais, licenciamento de espaços para atuação no exterior, bem como busca por suporte em organizações e autarquias governamentais foram observadas nos processos de internacionalização estudados.
No que se refere aos riscos inerentes aos processos de internacionalização das empresas estudadas, observou-se a existência de maior ênfase dada aos fatores de risco-país, caracterizado por questões como possibilidade de intervenção governamental, protecionismo e barreiras ao comércio e ao investimento, além do risco monetário relacionado as incertezas acerca das possíveis flutuações nas taxas de câmbio. Além desses riscos, fatores de riscos comerciais e interculturais também foram identificados, apesar de exercerem menor influência.
CAVUSGIL, S. T.; KNIGHT, G.; RIESENBERGER, John R. Negócios internacionais: estratégia, gestão e novas realidades. São Paulo, 2010. EDUARDSEN, J.; MARINOVA, S. Decision-makers' risk perception in the internationalisation of small and medium-sized firms. International Journal of Export Marketing, v. 1, n. 1, p. 4-26, 2016. KUBÍČKOVÁ, L; TOULOVÁ, M. Risk factors in the internationalization process of SMEs. Acta Universitatis Agriculturae et Silviculturae Mendeliana e Brunensis, v. 61, n. 7, p. 2385-2392, 2013.