Resumo

Título do Artigo

AS UNIVERSIDADES CHINESAS E O BOOM DE STARTUPS: UM ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS.
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Palavras Chave

Universidades Empreendedoras
Startups
China

Área

Empreendedorismo

Tema

Empreendedorismo Inovador: Startups, Empresas de Base Tecnológica, Incubadoras e Parques Tecnológicos, Capital de Risco

Autores

Nome
1 - Artur Tavares Vilas Boas Ribeiro
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
2 - Camila Shimabukuro Yamashiro
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Butantã
3 - Guilherme Ary Plonski
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração

Reumo

Recentemente, muito tem se visto sobre o crescimento da China como uma super potência tecnológica, com ênfase especial nas histórias de sucesso de suas empresas de base tecnológica. Neste boom de startups chinesas, pouca atenção tem sido dada ao papel das universidades no suporte aos seus graduandos empreendedores. Startups como a Ele.me, vendida para a Amazon por mais de R$30 bilhões, têm suas histórias de nascimento dentro de um campus universitário, se aproveitando de mecanismos de apoio destas instituições, e o presente estudo busca maior compreensão sobre essas relações.
A literatura apresentada na fundamentação teórica direciona o presente trabalho a um aspecto específico: muito já se tem trabalhado nas questões "como a economia chinesa está sendo transformada" e suas motivações principais. Porém, dentro desta cobertura, foi identificado um gap para melhor exploração: quais as ações concretas das principais universidades para o boom de startups na China? O artigo busca responder esta pergunta, tendo como objetivo principal a apresentação destes mecanismos em dois grandes casos: Tsinghua University e Tongji University.
A fundamentação teórica detalha a mudança da trajetória econômica chinesa, destacando as ações realizadas após o período de abertura da economia em 1978, com ênfase nos trabalhos que destacam o amadurecimento das instituições chinesas no suporte ao empreendedorismo de base tecnológica e o surgimento de novos mecanismos, como parques tecnológicos, incubadoras e outros. Por fim, a fundamentação traz trabalhos ligados à evolução das universidades chinesas no suporte ao empreendedorismo, passando por reformas políticas e o alinhamento com o plano Made in China 2025 do Governo Central.
O método utilizado foi Estudo de Caso (Eisenhardt, 1989), focado em dois casos de universidades chinesas - Tsinghua University e na Tongji University. O artigo é resultado de em uma imersão na China realizada em 2017-2018, envolvendo 27 entrevistas realizadas com professores, empreendedores, agentes públicos e administradores nas cidades de Pequim, Xangai e Shenzhen. Para complementar, registros fotográficos e uma análise documental de informações institucionais foram adicionados como dados para o Estudo de Caso.
A análise dos dados trouxeram três principais aprendizados: o primeiro em torno de fatores dos ecossistemas chineses no suporte ao empreendedorismo, como elementos culturais e processos; o segundo sendo sobre a criação de ambientes de apoio nas universidades de modo a construir uma "cadeia de valor" no desenvolvimento do aluno até os estágios mais avançados da empresa, como uma IPO; o terceiro sobre boas práticas de ensino de empreendedorismo e inovação, como cursos modernizados e ambientes sofisticados para estímulo à experimentação e prototipagem.
As conclusões apresentam diálogos com o referencial teórico apresentado, trazendo muitas confirmações das pesquisas mais recentes, bem como algumas contradições identificadas. Além disso, as conclusões refletem sobre a maturidade institucional alcançada pelo país e como isso se reflete em boas práticas no amadurecimento de suas universidades empreendedoras - demonstrando que a construção de ambientes de inovação bem desenhados permite a geração de grandes impactos. Por fim, são apresentadas limitações, como o caráter qualitativo, e propostas para estudos futuros, como estudos longitudinais.
Principais referências consultadas: Eesley, C., Li, J. B., & Yang, D. (2016). Does institutional change in universities influence high-tech entrepreneurship? Evidence from China’s Project 985. Organization Science, 27(2), 446-461. Wu, S., & Wu, L. (2008). The impact of higher education on entrepreneurial intentions of university students in China. Journal of Small Business and Enterprise Development, 15(4), 752-774 Wu, H., & Benson, S. A. (2016). Made In China 2025 and New Trends of Entrepreneurship Education of China: A Socio-Economic-Educational Perspective. Asian Education Studies, 2(1), 10