Resumo

Título do Artigo

Impacto da Heterogeneidade de Propriedade e Controle Familiar nas Decisões de Investimento
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Palavras Chave

Empresas Familiares
Investimentos
Heterogeneidade

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Thiago Henrique Moreira Goes
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração
2 - Claudio Antonio Pinheiro Machado Filho
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração

Reumo

Compreender a propriedade como um determinante do índice de investimento nem sempre é algo de fácil análise, sobretudo porque as características de propriedade são variáveis altamente endógenas (Anderson, Duru, & Reeb, 2012). Assim, várias hipóteses teóricas afirmam que as empresas familiares são consideradas mais avessas ao risco, o que em tese fomentaria um menor grau de inovações e de investimento, sobretudo os investimentos arriscados, mesmo com a probabilidade de evitar burocracias internas e ter maior poder de decisão (Chrisman, Chua, De Massis, Frattini, & Wright, 2015).
Diante disso, a pergunta de pesquisa consistiu em entender qual o impacto do envolvimento da família na estrutura de propriedade e controle para as decisões de investimento. Para responder a esta questão, o objetivo da pesquisa foi analisar como o envolvimento das famílias nas empresas listadas na principal bolsa de valores brasileira (B3) afetou as decisões de investimento em Capex e capital de giro das mesmas entre 2006-2016.
Empresas familiares possuem duas características que as diferenciam das empresas não familiares. O primeiro destes itens consiste na riqueza socioemocional (SEW). O segundo item consiste na orientação de longo prazo. Este é um dos itens mais relevantes em decisões das empresas familiares, sobretudo nas decisões de investimento (Anderson & Reeb, 2003). Assim, as empresas familiares criam capacidades únicas que: as empresas criam capacidades únicas que: a) buscam perpetuar o controle em posse da família; b) podem trazer diferentes recursos e usá-los de forma diferente em diferentes momentos.
Essa pesquisa buscou responder como as empresas familiares brasileiras realizaram seus investimentos durante o período entre 2006-2016. A pesquisa envolveu uma análise de 343 companhias que estiveram listadas em bolsa durante o período. Os investimentos em Capex e capital de giro foram confrontados estatisticamente com as variáveis de estrutura de propriedade, bem como variáveis de controle.
Os resultados encontrados apontaram que as empresas familiares investiram muito menos em Capex que as empresas não familiares. Em contraposição, os índices de capital de giro das empresas familiares foram maiores do que os das não familiares. Esses resultados se configuram como importantes para o período analisado, visto que entre 2006-2016 muitos problemas econômicos e institucionais afetaram o comportamento de investimento das empresas familiares. No tocante ao capital de giro, uma das proposições se confirma completamente e outra apenas parcialmente.
Os resultados encontrados pela pesquisa mostraram que existe aderência entre as teorias de investimento, as teorias sobre riqueza socioemocional e autopreservação das empresas familiares com as características de investimento das empresas familiares brasileiras listadas em bolsa. Esta é a grande contribuição pois agrupa teorias e condiciona respostas diferentes das habituais para as empresas familiares, visto que se concentra em explicar porque os resultados das empresas familiares brasileiras são diferentes das empresas americanas e europeias.
Anderson, R. C., Duru, A., & Reeb, D. M. (2012). Investment policy in family controlled firms. Journal of Banking and Finance, 36(6), 1744–1758. https://doi.org/10.1016/j.jbankfin.2012.01.018 Anderson, R. C., & Reeb, D. M. (2003). Founding-Family Ownership and Firm Performance : Evidence from the S & P 500. American Finanance Association, 58(3), 1301–1328. https://doi.org/10.1111/1540-6261.00567 Chrisman, J. J., Chua, J. H., De Massis, A., Frattini, F., & Wright, M. (2015). The ability and willingness paradox in family firm innovation. Journal of Product Innovation Management, 32(3), 310–318.