Resumo

Título do Artigo

ESTRESSE FINANCEIRO E GERENCIAMENTO DE RESULTADOS: UM ESTUDO COM COMPANHIAS BRASILEIRAS LISTADAS NA B3
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Palavras Chave

Gerenciamento de Resultados
Dificuldade Financeira
Insolvência

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - ALEX DIEGO DE SOUZA QUEIROZ
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - Salvador
2 - José Maria Dias Filho
-

Reumo

Um dos principais incentivos para o gerenciamento de resultados é a dificuldade financeira existente nas organizações, conforme indicado por Habib et al. (2013). Entende-se, assim, que existe a possibilidade de as empresas utilizarem métodos contábeis para aumentar seus resultados e diminuir o risco de insolvência. Dessa forma, o foco do presente estudo foi verificar a existência do gerenciamento de resultados nas empresas brasileiras da B3 que apresentaram situações de estresse financeiro, contextualizado pela renegociação de suas dívidas, recuperação judicial e falência.
A presente pesquisa levanta o seguinte problema: As empresas que se apresentam em situação pública de dificuldades financeiras tendem a gerenciar mais seus resultados em relação as empresas consideradas saudáveis? Como objetivo geral a pesquisa verificou se as empresas que se apresentam em situação pública de dificuldades financeiras tendem a gerenciar seus resultados com maior intensidade em comparação com o grupo de controle formado por empresas consideradas saudáveis.
Como fundamentação teórica a presente pesquisa buscou explicar o gerenciamento de resultados a partir do estresse financeiro das empresas estudadas. Amparado na Teoria da Agência (Jensen e Meckling, 1976) e também da Teoria Positiva da Contabilidade (Watts e Zimmerman, 1986) como pilares para o desenvolvimento do trabalho, esta pesquisa assume que as companhias em dificuldades financeiras tentarão maximizar sua utilidade perante os seus credores e demais partes relacionadas, utilizando-se de procedimentos contábeis a fim de melhorar sua situação financeira e evitar o risco de insolvência.
A amostra foi composta por 68 empresas listadas na B3 entre 2012 e 2016, sendo 34 companhias em dificuldades financeiras e um grupo de controle com 34 firmas saudáveis. Foi analisado o gerenciamento de resultados nos dois últimos anos que antecederam a entrada da empresa em estresse financeiro, que chamados neste estudo de t-1 e t-2. Para detecção do gerenciamento de resultados este trabalho utilizou-se do modelo Jones Modificado (1995). A fim de verificar a existência ou não de associação entre a dificuldade financeira e o gerenciamento resultados foi utilizada a análise de dados em painel.
Os resultados encontrados foram significativos estatisticamente para afirmar que as empresas em dificuldades financeiras da B3 tendem a gerenciar seus resultados, e não foram significativos para grupo de controle de firmas saudáveis, indicando que as empresas que se encontram em algum tipo de dificuldades financeiras estão mais propícias ao gerenciamento de resultados.
Conforme esperado, a hipótese deste trabalho foi confirmada, assumindo-se que existe associação positiva e significativa, ao nível de 1%, entre o gerenciamento de resultados e a dificuldade financeira das empresas listadas na B3 em comparação com o grupo de controle de empresas saudáveis que não apresentou significância para o mesmo caso. Reforçando assim, a teoria proposta por Watts e Zimmerman (1986) e confirmando as evidências encontradas nos trabalhos de Habib et al. (2013), Olivera (2011), García Lara, Osma e Neophytou (2009), Rosner (2003) e Bisogno e De Luca (2015).
DECHOW, Patricia M.; SLOAN, Richard G.; SWEENEY, Amy P. Detecting earnings management. Accounting Review, p. 193-225, 1995. HABIB, Ahsan; UDDIN BHUIYAN, Borhan; ISLAM, Ainul. Financial distress, earnings management and market pricing of accruals during the global financial crisis. Managerial Finance, p. 155-180, 2013. JENSEN, Michael C.; MECKLING, William H. Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, p. 305-360, 1976. WATTS, Ross L., ZIMMERMAN, Jerold L. Positive Accounting Theory. New Jersey: Englewood Cliffes, 1986.