Resumo

Título do Artigo

HONORÁRIOS DE AUDITORIA NO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO: Um estudo sobre a estrutura de mercado das firmas de auditoria
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Palavras Chave

Auditoria
Honorários
Estrutura de Mercado

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Cristian Schnidger
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Porto Alegre
2 - Cristiano Machado Costa
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Porto Alegre

Reumo

A função de uma auditoria de demonstrações contábeis é aumentar o grau de confiança sobre as informações financeiras apresentadas por uma entidade. A necessidade de um serviço de auditoria e de uma opinião independente resulta em um mercado de firmas que oferecem estes trabalhos. O mercado de serviços de auditoria possui uma característica particular, uma vez que o mercado de firmas que prestam este trabalho é dividido em dois grupos: as grandes firmas, classificadas como firmas Big e as demais firmas, que abrangem redes de menor porte e pequenas firmas que atuam localmente.
Considerando a estrutura de mercado das firmas de auditoria no Brasil e os resultados empíricos que sugerem uma relação entre preço e qualidade das auditorias, bem como, diferenciações de produto pela marca das firmas, este trabalho possui o seguinte problema de pesquisa: existe relação positiva entre a estrutura de mercado das firmas de auditoria e o valor dos honorários que lhe são pagos pelas companhias de capital aberto? O objetivo é verificar e analisar a existência de uma relação positiva entre a estrutura de mercado das firmas de auditoria e os honorários recebidos.
Quando produtos são substitutos imperfeitos, uma empresa pode aumentar seu preço sem perder todos os clientes e usar o preço como diferenciação (CARLTON; PERLOFF, 2015). Na auditoria, diferenças de honorários entre firmas representam um retorno consequente da qualidade (IRELAND; LENNOX, 2002). Resultados apontam que honorários estão positivamente relacionados com a estrutura de mercado e permite que empresas do grupo chamado big pratiquem honorários premium como prêmio por sua marca e reputação (FERGUSON; SCOTT, 2014).
Estimou-se modelos econométricos em pool de cross section contendo como variável dependente os honorários de auditoria e como variáveis de interesse, medidas de concentração, fatias e liderança de mercado, além de uma variável proxy para qualidade das auditorias. Foram incluídas treze variáveis de controle, recomendadas pela literatura. A população foi composta pelas companhias listadas na BM&FBovespa, no período de 2010 a 2015. A amostra resultou em regressões com 1.663 observações no período.
Os resultados confirmaram as hipóteses de que há relação positiva entre estrutura de mercado e os honorários cobrados pelas firmas de auditoria, bem como, em testes adicionais, confirmaram a existência de honorários premium dentro do grupo de firmas big, fornecendo evidências de uma atribuição de valor à marca e possível busca por qualidade na contratação de auditorias pelas empresas de capital aberto, no período estudado. Foi encontrada ainda, uma relação positiva entre honorários e gerenciamento de resultados, ao contrário da hipótese prevista.
Os resultados demonstram que as firmas com maior market share cobraram maiores honorários de seus clientes, no período analisado. Além disto, dentro do grupo das firmas big, que auditam cerca de 75% das empresas da amostra, a líder possui honorários significativamente diferentes das demais firmas. Tais fatos afastam a possibilidade de conluio no mercado de auditoria no Brasil, além de fornecer evidências de atribuição de qualidade através do preço na contratação de serviços de auditoria.
CARLTON, D.; PERLOFF, J. Modern industrial organization. Pearson Higher Ed, 2015. IRELAND, Jen C.; LENNOX, Clive S. The large audit firm fee premium: A case of selectivity bias?. Journal of Accounting, Auditing & Finance, v. 17, n. 1, p. 73-91, 2002. FERGUSON, A; SCOTT, T. What If There Were Three? Audit Pricing within the Big 4 and the PricewaterhouseCoopers’ Premium in the Australian Audit Market. International Journal of Auditing, v. 18, p. 57 – 67, 2014.