Resumo

O conceito de Capital Social, vem sendo bastante discutido por diversos autores. Enquanto capital, trata-se de um recurso produtivo que pertence a um grupo, organização ou sociedade. É fortalecido pelas interações e redes de relacionamento, cujos laços são permanentes. Estando diretamente ligado às relações sociais, é um facilitador de ações coordenadas contribuindo para a eficiência organizacional.

Apesar de diversos estudos contribuírem para o entendimento do estado da arte da temática capital social, há lacunas que demandam a investigação do panorama atual dos estudos sobre a temática na área da administração com foco nas publicações em revistas brasileiras mais conceituadas. Neste sentido, objetivou-se nesse artigo analisar a produção científica nacional sobre capital social no âmbito da Administração, entre 2012 e 2016, tendo como base os periódicos classificados entre os estratos A2 e B1 do Qualis CAPES, conforme a classificação do quadriênio de 2013-2016.

Na perspectiva de Bourdieu (1980; 1986), o capital social é constituído pelo total de recursos reais e potenciais que pertence a uma rede de relações sustentáveis. Desta forma, o volume de capital social que um ator detém dependerá da extensão da sua rede de relações e do volume dos outros tipos de capital (econômico, cultural ou simbólico) que os membros da rede possuem. Já Coleman (1988) destaca, dentre os vários componentes do capital social, o fato de ser inerente à estrutura social e ser um facilitador de determinadas ações dos atores nesse âmbito.

Para atingir o objetivo proposto nesta pesquisa foi realizado o levantamento bibliográfico sobre Capital Social e posteriormente foi aplicada a pesquisa bibliométrica. Para coleta dos artigos foi utilizado o mecanismo de busca avançada dos repositórios dos 32 periódicos analisados, buscando-se pelo termo “capital social” (ou “social capital” para as revistas que publicam em inglês). Selecionados os artigos, aplicou-se as três leis que regem o método bibliométrico a “Lei de Lotka”, a “Lei Zipf” e a “Lei de Bradford”.

Foram coletados 37 artigos nos periódicos, sendo identificada a concentração das publicações nos periódicos B1. Evidenciou-se o crescimento do número de publicações entre os anos de 2014 e 2016. Também foi possível verificar que entre os autores há um crescimento no interesse pelo campo de estudo. Quanto à região geográfica, há uma predominância de autores das regiões sudeste e sul, mas também identificou-se autores vinculados a instituições internacionais.

Constatou-se que há um elevado número de publicações isoladas que podem evidenciar a ausência de redes de coautoria e a descontinuidade das pesquisas. As principais temáticas relacionadas ao estudo sobre capital social foram redes, desenvolvimento e territorial. Quanto aos aspectos metodológicos, há uma tendência maior de aceitação de artigos teóricos em revistas com melhor classificação no Qualis CAPES. Por fim, não houve predominância de um tipo de abordagem de pesquisa para os estudos no período analisado.

BOURDIEU, P. Le capital social: notes provisoires. Actes Rech. Sci. Soc., 31, 1980. COLEMAN, J. S. Social capital in the creation of human capital. Am. J. Sociol, 94, 1988. DURSTON, J. ¿Qué esel capital social comunitario?. Santiago: Cepal, 2000. PUTNAM, R. D. Comunidade e Democracia: a experiência da Itália moderna. 5ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006. TONDOLO, R. R. P.; TONDOLO, V. A. G.; BITENCOURT, C. C. Aspectos metodológicos dos estudos em capital social: uma análise dos principais periódicos internacionais. Revista Eletrônica de Estratégia & Negócios, v. 5, n. 1, 2012.