Resumo

Título do Artigo

DESEMPENHO EM INOVAÇÃO EM ECONOMIAS EMERGENTES? EVIDÊNCIAS DA INDÚSTRIA MANUFATUREIRA DO BRASIL
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Palavras Chave

Desempenho em Inovação
Indústria manufatureira
Indústria de tecnologia

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Economia de Empresas

Autores

Nome
1 - Marco Túlio Dinali Viglioni
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Lavras
2 - Cristina Lelis Leal Calegario
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - DAE

Reumo

Economias emergentes têm recebido um grande acúmulo de Investimento Direto Estrangeiro (IDE), ganhando atenção pela literatura em razão dos canais de difusão de tecnologia. Em busca do transbordamento e da inovação, economias em desenvolvimento têm facilitado a entrada de Empresas Multinacionais (EMNs) (Bloomström & Kokko; 1998). Entre as formas mais usuais de transbordamento, situam-se na P&D, importação e exportação, que estimulam a inovação local, sendo um poderoso fator explicativo das diferenças de desempenho entre as empresas (Bloomström & Kokko; 1998; Fagerberg, 2004).
A teoria, em geral, ainda não identificou uma relação clara entre transbordamentos de tecnologia e inovação, o que se faz necessário examinar até que ponto as firmas locais se beneficiam desses canais e aprimoram o desempenho em inovação. O objetivo deste estudo é analisar os determinantes do desempenho em inovação em indústrias do setor manufatureiro do Brasil. Será examinado empiricamente o impacto da variedade de canais de transbordamento em indústrias brasileiras por meio dos fluxos de entrada de IDE. Também serão analisados os segmentos de alta, média e baixa intensidade tecnológica.
O investimento direto estrangeiro é um dos principais propulsores do crescimento econômico. Pesquisas anteriores indicam que as EMNs se tornaram importantes agentes de transferência de tecnologia (Wang & Kafouros, 2009). As empresas que obtêm sucesso na inovação prosperam mais em relação aos seus concorrentes (Fagerberg, 2004). Quando as multinacionais entram em um mercado emergente elas contribuem com conhecimentos (Blömstrom & Kokko, 1998). A difusão do comércio internacional de tecnologia pode ocorrer por vários canais, sendo o comércio de bens e serviços um deles (Wang & Kafouros, 2009).
Para verificar o desempenho em inovação é adotado os procedimentos metodológicos de (Wang & Kafouros, 2009). A análise foi separada por segmento industrial, pois é esperado que indústrias de alta tecnologia tenham desempenho superior (Javorcik, 2006). O modelo estatístico utiliza a regressão com os seguintes parâmetros: desempenho em inovação, P&D, IDE, exportações e importações, aquisição de tecnologia, trabalho, intensidade de capital, tamanho e subsídios do governo, conforme a Equação a seguir: y= α0+α1 indpd+ α2 ide+ α3 exp+ α4 imp+ α5 aqtec+ α6 labq+ α7 intcap+ α8 tam + α8 ig + ε
O IDE não demonstrou significância em nenhum modelo, assim como em Wang e Kafouros (2009). A aquisição de tecnologia se revelou significativa para empresas de alta tecnologia, indicando a dependência em adquirir tecnologia externa. A P&D industrial apresentou significância estatística negativa para as indústrias de alta tecnologia, o que leva a crer que, tais pesquisas são realizadas nos países de origem das EMNs. O desempenho em inovação, a P&D e a mão de obra qualificada em empresas do segmento de média-baixa intensidade tecnológica apresentaram significância estatística positiva.
Economias emergentes, tais como o Brasil, tem buscado desenvolver e aprimorar a indústria nacional gerando produtos inovadores. O objetivo foi analisar os determinantes do desempenho em inovação em indústrias do setor manufatureiro do Brasil. O modelo teórico demonstra que os canais de transbordamento podem melhorar o desempenho em inovação em empresas de média e baixa tecnologia. É relevante que os segmentos de média e baixa intensidade tecnológica demonstraram que a P&D industrial e qualificação da mão de obra têm efeitos sobre o desempenho em inovação das firmas destes segmentos.
Blömstrom, M., & Kokko, A. (1998). Multinational corporations and spillovers. Journal of Economic Surveys, 12(3), 247-277. Fagerberg, J. (2004). Innovation: A Guide to the Literature. In: Fagerberg, J., Mowery D. C., & Nelson. R. R. Oxford Handbook of Innovation, Oxford: Oxford University Press. Javorcik, B. S. (2006). Global Integration and Technology Transfer. Washington, DC: World Bank and Palgrave Macmillan. Wang, C., & Kafouros, M. I. (2009). What factors determine innovation performance in emerging economies? Evidence from China. International Business Review, Elsevier, 18(6), 606-616.