1 - carla dos santos feijó UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - escola de adm
2 - Angela Beatriz Busato Scheffer UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração
3 - JHONY PEREIRA MORAES -
4 - Arthur Gehrke Martins Andrade UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração
Reumo
A idealização de uma carreira próspera em auditoria ou consultoria, em uma das
quatro maiores empresas mundiais destes segmentos - conhecidas como Big Four,
Deloitte, Ernest & Young, KPMG e PricewaterhouseCoopers - fascina muitos
estudantes universitários. A inserção profissional e o início da carreira costumam ser um
período marcado por escolhas carregadas de expectativas, bastante idealizadas.
Considerando a importância do início das trajetórias de carreira em um contexto
específico, buscou-se entender a trajetória destes estudantes em busca da realização
profissional e pessoal.
A questão de pesquisa é: como auditores externos das Big Four percebem a sua
carreira e qual a relação com a Gestão de Pessoas nessas organizações?
O objetivo geral do presente estudo é compreender as escolhas trilhadas por jovens
estudantes a partir da escolha por trabalhar em uma dessas grandes empresas de
auditoria, em busca da realização profissional e pessoal.
A Gestão de Pessoas, enquanto área de conhecimento e setor nas organizações
envolve o gerenciamento dos indivíduos, o trabalho que realizam e a cooperação entre
os mesmos para o alcance dos objetivos empresariais (PURCELL, 2003; GIL, 2009).
Atualmente a Gestão de Pessoas assume cada vez mais um relevante papel de organizar
os quadros profissionais, planejando seus movimentos, o seu desenvolvimento,
valorização e sua manutenção. Segundo Chanlat (1995), a ideia de que a empresa deve
se preocupar com a gestão da carreira de seu pessoal é recente, tendo aparecido nos anos
80.
Este estudo é de caráter exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa. Para a coleta de dados desta pesquisa foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com 14 contadores que tiveram experiência em pelo menos uma das quatro maiores empresas mundiais de auditoria (Big Four), experiência mínima de 2 anos. Para a localização dos entrevistados foi utilizada a técnica de bola de neve, no qual o pesquisador solicitava aos respondentes se tinham indicações de pessoas que teriam enquadramento no perfil estipulado para a pesquisa e poderiam ser entrevistados.
O maior diferencial de se trabalhar em uma Big Four é o conhecimento adquirido
através de treinamentos e trabalhos de campo nas empresas. A maioria dos entrevistados
relatou que a remuneração nessas empresas é ruim, quando comparada com o mercado
de trabalho. Nesse sentido, percebe-se que o momento de carreira, as perspectivas
profissionais e os investimentos em formação se relacionam à percepção de justiça e
compensação em relação à remuneração. Permanecer, e construir uma carreira em
alguma das Big Four, não são tarefas fáceis, de acordo com a maioria dos entrevistados.
Retomando o objetivo deste estudo, que foi entender como auditores externos de
Big Four percebem a sua carreira e qual a relação com a Gestão de Pessoas nessas
organizações, no decorrer das análises ficou evidente que o trabalho em uma Big Four
exige um conjunto de competências, técnicas e conceituais, não só para a formação da
trajetória de carreira como também para a automanutenção do trabalhador nesse
ambiente profissional. Fazer carreira em uma Big Four supõe conviver dia a dia com
metas e desafios.
CHANLAT, Jean-François. Quais carreiras e para qual sociedade (I). RAE Revista de
Administração de Empresas. São Paulo. v. 35, n. 6, p. 67-75, nov./dez. 1995.
SCHEIN, E.H. (1996) Career anchors revisited: Implications for career development in
the 21st Century. The Academy of Management Executive, 10(4) 80-88.
SCHEIN, Edgar H. Career dynamics: matching individual and organizational needs.
Addison-Wesley. Massachusetts. 1978.