Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE DOS DETERMINANTES DE RENDIMENTOS AGRÍCOLAS 1995-2012
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Palavras Chave

agricultura
desigualdade
rendimentos

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Economia de Empresas

Autores

Nome
1 - André Ricardo Noborikawa Paiva
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
2 - Matheus Albergaria de Magalhães
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP)

Reumo

A literatura econômica contemporânea vem se dedicando cada vez mais ao entendimento dos principais determinantes dos rendimentos em nível individual. Valendo-se, em sua grande maioria, de modelagem econométrica, estudos nestes moldes buscam verificar como os rendimentos dos indivíduos, avaliado em termos salariais, responde a um conjunto de fatores como escolaridade, idade, gênero e cor, por exemplo.
O objetivo do presente trabalho é realizar uma caracterização empírica dos determinantes dos rendimentos de trabalhadores do setor agrícola no estado do Espírito Santo, ao longo do período compreendido entre os anos de 1995 e 2012.
Apesar da relevância do setor agrícola dentro da estrutura produtiva brasileira, pouca ênfase tem sido atribuída ao entendimento dos diferenciais de salários verificados no setor (HOFFMANN e NEY, 2004; CUNHA, 2006). Basicamente, a estimação de uma equação de rendimentos consiste em trabalho realizado pioneiramente por Mincer (1962), o qual foi motivado pelo intuito de verificar empiricamente a teoria do capital humano.
São apresentados resultados de uma análise econométrica baseada em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), ao longo do período 1995/2012.
Os resultados obtidos a partir deste esforço de pesquisa sugerem que a curva de rendimentos apresenta um formato de “U invertido”, com o rendimento máximo reportado para trabalhadores espírito-santenses sendo inferior à média nacional. Adicionalmente, verificou-se uma relação positiva entre rendimentos e grau de escolaridade, embora tenha ocorrido uma redução no retorno educacional dos trabalhadores ao longo do período considerado.
A análise de diferenciais de salários com base em critérios de raça e gênero aponta para a ocorrência de nítidas e persistentes diferenças ao longo do tempo, o que pode sugerir a existência de práticas de discriminação nas relações contratuais vigentes. Por outro lado, nota-se uma maior formalização das relações trabalhistas no período. Em termos gerais, estes resultados são importantes por conta de suas repercussões diretas sobre o desenho e a implementação de políticas públicas voltadas para o setor agrícola em localidades onde predomina a agricultura de subsistência.
CUNHA, M.S. Evolução da desigualdade de rendimentos na agricultura brasileira, 1981-2004. Agricultura em São Paulo, São Paulo, v. 53, n. 2, p. 19-34, jul. 2006. HOFFMANN, R., NEY, M.G. Desigualdade, Escolaridade e rendimentos na agricultura, indústria e serviços, de 1992 a 2002. Economia e Sociedade, Campinas, v. 13, n. 2, p. 51-79, jul. 2004. MINCER, J. On-the-job training: costs, returns and some implications. The Journal of Political Economy, Chicago, v. 70, n. 5, p. 50-79, out. 1962.