Resumo

Título do Artigo

O IMPACTO DA CONFIABILIDADE DOS ACCRUALS NA PERSISTÊNCIA DE LUCROS: uma análise sob a ótica de uma mudança do Regime Contábil.
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Palavras Chave

Accruals
Persistência de Lucro
IFRS

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - Edvan Soares de Olivera
FACULDADE FUCAPE (FUCAPE) - Vitória
2 - LUIZ FELIPE MAGNAGO BLULM
FACULDADE NORTE CAPIXABA DE SAO MATEUS (MULTIVIX SÃO MATEUS) - São Mateus

Reumo

Embora o lucro seja a métrica mais utilizada para medir o desempenho das empresas, a literatura tem apontado a subjetividade presente em tal métrica. A preocupação associada a erros de medição de lucros como um preditor de desempenho passa pela discricionariedade da alta gestão no que tange o componente de accruals. Em 2007, o Brasil adota os moldes do IFRS, estas mudanças aumentam o poder do contador com relação aos lançamentos contábeis devido à interpretação exigida no novo modelo. Assim, a subjetividade do componente accrual pode aumentar a subjetividade nos resultados da empresa.
Diante da incerteza sobre a utilização do lucro como métrica de desempenho, se mostra relevante medir o tamanho da persistência de diferentes accruals nos lucros e como que a persistência responde para diferentes níveis de confiabilidade dos accruals e se o regime contábil é um determinante desta relação. O objetivo é verificar a persistência dos componentes do lucro analisando se a mesma pode ser afetada pelo nível de confiança que de cada tipo de accrual e analisar se a mudança do regime contábil pode potencializar a relação entre a confiança e o tamanho da persistência dos componentes.
Martinez (2008), utilizando os modelos clássicos, estimou accruals discricionários com a afirmação de que os lucros das empresas nem sempre refletem a sua realidade com relação ao seu desempenho. Lima e Nest (2010) descobriram que quando se trata da relevância da adoção do novo modelo contábil adotado pelo Brasil no início de 2010, as demonstrações possuem conteúdo informacional, ou seja, os preços sofrem alterações devido ao novo conjunto de informações. Também apontaram evidencias que a relevância das informações contábeis aumentaram após a adoção do novo modelo contábil no Brasil
O lucro foi decomposto em fluxos de caixa e accruals, que foi decomposto em diferentes tipos e definidos seus níveis de subjetividade usando a literatura. Foram estimados modelos que captam os níveis de persistência dos componentes no lucro, são usadas as empresas brasileiras listadas em bolsa entre 2003 e 2016 e estimados os modelos ano a ano para comparar antes e depois do IFRS e estimados via painel, no primeiro caso é utilizado o estimador de mínimos quadrados ordinários, no segundo foram utilizados estimador de efeito fixo e aleatório e escolheu-se o melhor a partir do teste de Hausman.
Os resultados mostram que accruals tem persistência menor do que fluxos de caixa, o que está associado à maior subjetividade, os resultados indicam, porém, que o grau da subjetividade dos accruals em média não afeta a persistência, porém, em alguns anos específicos uma maior subjetividade reduz a persistência. Os resultados também indicam que em período pós implementação do IFRS a persistência do fluxo de caixa é maior quando comparado aos demais períodos.
Os resultados convergem em parte para os achados literários, fica evidente que a persistência dos accruals nos lucros é inferior à persistência dos fluxos de caixa, o que está associado à uma maior subjetividade deste componente. A evidência a respeito do tamanho da subjetividade, porém, só fica clara em alguns períodos específicos, onde a maior subjetividade está atrelada à menor capacidade de manutenção dos lucros, por fim, a autonomia dada ao contador, em média, traz menor subjetividade na manutenção dos lucros, o que é verificado pela implementação do IFRS.
Lima, J. B. N. D. (2010). A relevância da informação contábil e o processo de convergência para as normas IFRS no Brasil(Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo). Lopo Martinez, A. (2008). Detectando earnings management no Brasil: estimando os accruals discricionários. Revista Contabilidade & Finanças-USP, 19(46).