Resumo

Título do Artigo

EMPREENDEDORISMO COMO PRÁTICA: O Empreendedorismo Cultural da Prática Festiva do Pagode na Bahia
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Palavras Chave

Empreendedorismo cultural
Prática
Etnografia

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Simbolismos, Culturas e Identidades Organizacionais

Autores

Nome
1 - Simony Rodrigues Marins
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - NPGA
2 - Eduardo Paes Barreto Davel
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - EA

Reumo

Novas teorias como a perspectiva do empreendedorismo como prática, passam a oferecer novos olhares ontológicos, epistemológicos e metodológicos diferenciados para a análise do fenômeno empreendedor. A virada prática, mais conhecida na administração pelos estudos organizacionais concebe epistemologicamente o empreendedorismo como processo e oferta alternativas para o estudo, em específico, do empreendedorismo cultural. Assim, o aporte prático é evidenciado em uma festa pertinente ao cenário cultural e artístico do pagode baiano.
Inicialmente estudado por teorias positivistas e marcado pelo individualismo metodológico o empreendedorismo passa a ser evidenciado como mais complexo em feitos, relações e finalidades. Em adição, crescem empreendedorismos como o cultural e seus modos de fazer ainda carecem de grandes investigações, tendo em vista suas lógicas que pressupõem diferentes subjetividades. Assim, o objetivo deste estudo é discutir e desenvolver uma concepção do empreendedorismo como prática, tendo como campo uma festa de pagode inserida no cenário de empreendedorismos culturais e artísticos.
Tem-se a visão de empreendedorismo como prática, marcado pela necessidade de compreensão da natureza cotidiana e socialmente construída do fenômeno, o reconhecimento da prática, de ferramentas e métodos utilizados, o relacionamento e integração com as emoções, comportamentos e habilidades dos empreendedores. E em adição, a visão do empreendedorismo cultural e artístico, onde o próprio artista, como um núcleo da criação cultural, é cada vez mais instigado a se transformar em empreendedor em um campo marcado por tensões como as tensões entre arte e mercado.
A metodologia tem como base um estudo teórico-empírico, de cunho qualitativo, cujo caráter é exploratório-descritivo e marcado pela etnografia audiovisual. Para isto, foi feito um estudo bibliográfico-documental, seguido de técnicas empíricas como a observação participante, entrevistas relacionais, além das técnicas imagéticas por meio de recursos audiovisuais, fotografias e vídeos, tanto coletados no campo como formas de registros pertinentes ao diário do campo quanto advindos de fontes documentais. Para a análise dos dados observou-se a análise de narrativa.
Como achados tem-se a identificação do próprio ensaio como uma prática empreendedora, além de outras práticas pertinentes a este conjunto, em específico as práticas de relacionamento com a imprensa, com o público, de parcerias com demais artistas, de criação e expansão, de lançamentos e que constituem um empreendedorismo como prática. Assim, o resultado é conceitual e leva a ideia de empreendedorismo cultural como pratica. Por sua vez, pelo reconhecimento destas práticas em um espaço cultural e artístico, de uma maneira sensível de conhecimento, têm-se o caráter estético.
Conclui-se que o empreendedorismo, além de ser um fenômeno prático, no campo cultural, evidencia ainda um caráter estético, o que leva a conceber outra visão, a visão do empreendedorismo cultural como prática estética. Assim, tem-se avanços para além dos objetivos propostos e que sugestionam conceitos para além do campo musical, mas para o fenômeno do empreendedorismo.
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