Resumo

A gestão de projetos ultrapassou os limites tradicionais dos grandes projetos de construção civil e da indústria aeroespacial; atualmente, está presente em todas as áreas, de planos de saúde às indústrias de programas de software (PATAH; CARVALHO, 2002). Assim, o gerenciamento de projetos é uma disciplina que vem sendo formada, há muito tempo, por pessoas de diversas áreas de conhecimento e especializações, em vários países e ambientes, abrangendo praticamente todos os tipos de organizações.

O foco da presente pesquisa é a análise de processos aplicados a projetos, utilizando o Guide to the Project Management Body of Knowledge (Guia PMBOK) do Project Management Institute (PMI), trazendo projetos de uma empresa de economia mista do estado do Paraná, da área de energia, buscando o alinhamento entre o que a teoria preconiza, o que a organização comunica e o que os atores compreendem e praticam. Tem por objetivo identificar os elementos apresentados conforme a estrutura do Guia PMBOK (PMI, 2017) contempladas nos projetos, considerando as variáveis presentes.

A principal organização responsável pela disseminação das práticas de gerenciamento de projetos no mundo é o Project Management Institute (PMI), criado em 1969 na cidade da Filadélfia, no estado da Pensilvânia, Estados Unidos. Hoje o PMI conta com mais de 500.000 associados em mais de 185 países. O PMI tem no guia PMBOK sua mais conhecida publicação. Atualizado recentemente em sua sexta edição (2017), esse guia estrutura as práticas de gerenciamento de projetos recomendadas pelo PMI em 5 grupos que contemplam 49 processos, distribuídos em 10 áreas de conhecimento.

A primeira etapa concernente à avaliação dos dados constitui-se da análise descritiva dos dados. Na sequência, considerando que o levantamento realizado resultou em uma organização de diversos dados de natureza categórica e ordinal, se optou na análise estatística pela escolha de técnicas estatísticas não-paramétricas (HAIR, 2005; DANCEY; REIDY, 2006; PALLANT, 2011) de correlação (Qui-Quadrado) e testes de significância (Cochran Test e Friedman Test).

Considerando as Variações de Duração e as Variações de Custo dos projetos analisados, os resultados são uma média de 50,1894% no tempo de duração previsto dos projetos e a média de -4,2090% em relação à previsão de custos dos projetos. O tempo de duração dos projetos variou de -66,06% a 395,10% do previsto. A maior parte dos projetos foi executado no tempo e custo previsto. Observa-se também que uma parte significativa que apresentou variação superior a 21% do tempo previsto. Há projetos com atraso na execução com relação ao planejado maior que 100%.

A minoria dos projetos ficou dentro do tempo previsto de execução, sendo que este resultado se materializou em 24 dos 63 projetos analisados. Considerando todas as faixas acima do previsto, 49 projetos foram previstos com tempo insuficiente para execução, ou seja, 78% dos projetos tiveram seus tempos previstos subestimados. Os custos previstos foram assertivos em 55 projetos, cerca de 87%, mantendo-se abaixo ou exatamente como foi a previsão. Em relação às Áreas de Conhecimento baseadas no guia PMBOK (PMI, 2017), apenas 23% dos projetos cumpriram a área Cronograma, 12% cumpriram a área Custos.

BASE DE DADOS; BAUTISTA, R. BERNARDO, André; BERSSANETI, F., CARVALHO, M., & MUSCAT; A. CRESWELL, J.; KERZNER, H. KUMAR, R.; MASTER OF PROJECT; PATAH, L., CARVALHO, M. M.; PMI; PRADO, D.; SKULMOSKI, G; SLACK, N.; CHAMBERS, S. e JOHNSTON; TORREÃO, Paula; VALLE, A. B.