Ciclo de aprendizagem vivencial
Jogos de empresas
Discurso do sujeito coletivo
Área
Ensino e Pesquisa em Administração
Tema
Experiências no ensino-aprendizagem
Autores
Nome
1 - Jéssica Ferreira Rohden -
2 - Thiago Heleno Mariano -
3 - Dener de Souza da Silveira UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Viçosa
4 - Pablo Murta Baião Albino UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Departamento de Economia Rural
5 - Roberto Max Protil UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Viçosa
Reumo
Jogos de Empresa são abstrações de situações cotidianas de um empreendimento. Os jogadores são estimulados a administrar o empreendimento, aprendendo de forma colaborativa. A prática de atividades próximas ao cotidiano favorece a assimilação de habilidades, estimula o exercício dos conteúdos aprendidos e a autogestão. Em Piranga, em Minas Gerais, há predominância da agricultura familiar. O desenvolvimento rural com base na agricultura familiar depende da compreensão da realidade em que vive o produtor rural. Assim, o ensino de ferramentas de gestão pode potencializar o desenvolvimento rural.
O Ciclo de Aprendizagem Vivencial pode ser uma estratégia para o ensino-aprendizagem a ser aplicado a agricultores familiares. Este trabalho avaliou a influência do Ciclo de Aprendizagem Vivencial e de um jogo de empresas junto a 23 agricultores da agricultura familiar do município de Piranga-MG. O jogo escolhido foi o Empreendedor Rural, adaptado ao contexto brasileiro pelo Instituto Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor (ICCAPE). Pelo método do DSC foi possível avaliar a percepção dos participantes em relação à metodologia e à aprendizagem dos conteúdos contemplados pela vivência.
Para Sauaia (1995), a aprendizagem vivencial o centro do processo de formação é o educando, e esta deve ser embasada nos seus motivos, contribuindo para o maior envolvimento no processo de formação. Santos e Lovato (2007) afirmam que os jogos de empresas são uma modalidade de simulação que consiste num modelo operacional e dinâmico. Os jogos de empresas possibilitam a capacitação em diversas áreas da administração (JUNIOR et al., 2015). Neste contexto, destaca-se o jogo Empreendedor Rural, desenvolvido para ser uma ferramenta de treinamento para que produtores rurais se tornem empreendedores.
Foi organizada uma turma de 23 agricultores familiares de Piranga-MG para participar do jogo de empresa “Empreendedor Rural”, composto por quatro módulos, com a duração de quatro horas cada um. Estes quatro módulos foram aplicados em quatro semanas, sendo um módulo por semana. Foram aplicados dois questionários, t1 (no primeiro módulo do curso) e t0 (no quarto módulo) para avaliar o seu conhecimento prévio dos agricultores e se estavam dispostos a aplicar os conhecimentos adquiridos em seu trabalho. As respostas dos questionários foram analisadas pelo método Discurso do Sujeito Coletivo (DSC).
Foram identificadas nove Ideias Centrais (ICs). A metodologia e a presença dos facilitadores foram consideradas essenciais para a aprendizagem. Para 100% dos participantes a metodologia contribuiu para a aprendizagem e 100% deles recomendariam o curso a alguém. Os resultados indicam que Jogos de Empresas e o Ciclo de Aprendizagem Vivencial são métodos efetivos para o processo de reflexão sobre a realidade e para a aprendizagem de conceitos. Houve uma mudança na percepção do jogo pelos participantes. Durante o jogo os participantes aumentaram a interação, e também a qualidade das interações.
Os produtores puderam assimilar o conteúdo relacionado à gestão e planejamento das suas atividades agropecuárias. Esta aprendizagem foi favorecida pela metodologia, pela atuação dos facilitadores e pela interação entre os participantes. A interação entre os participantes foi positiva, e aumentou ao longo do curso. Os facilitadores foram apontados como essenciais para a compreensão do funcionamento do jogo e para a compreensão dos conteúdos vivenciados. O principal aprendizado foi em relação à administração e planejamento, evidenciando que a organização das suas atividades é essencial.
JUNIOR, A. G. et al. A Contribuição dos Jogos de Empresas no Aprendizado sobre Estratégia. SEMEAD, 2015.
SANTOS, M. R. G. F; LOVATO, S. Os Jogos de Empresas como Recurso Didático na Formação de Administradores. CINTED – UFRGS. v. 5, n. 2. 2016
SAUAIA, A. C. A. Satisfação e Aprendizagem em Jogos de Empresas: Contribuições para a Educação Gerencial. (Doutorado em Finanças e Marketing) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo. 1995.