Resumo

Título do Artigo

Restrição Financeira e a Sensibilidade do Fluxo de Caixa das Empresas Brasileiras
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Palavras Chave

Economias Emergentes
Gestão da Tesouraria
Localização Geográfica

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital e Valor

Autores

Nome
1 - Camila Aparecida Bragioni
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO (UNESP) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - Câmpus de Jaboticabal
2 - David Ferreira Lopes Santos
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO (UNESP) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias

Reumo

A sensibilidade do fluxo de caixa (FC) é um tema controverso em finanças, e se caracteriza por ser a relação entre investimento e FC. As divergências de custo do capital interno e externo ocasionam restrições financeiras, e levam a um debate entre os autores. Para Fazzari, Hubbard & Petersen (1988), a sensibilidade é positiva para empresas restritas devido a dificuldade em acessar o mercado de capitais; em oposição, Kaplan & Zingales (1997) alegam maior sensibilidade para as irrestritas.
A assimetria no acesso ao mercado e concentração de empresas nas negociações da B3, podem ocasionar restrições significativas ao contexto brasileiro. Assim, a governança corporativa (GC) e localização geográfica (LG) podem influenciar o nível de restrição financeira. Desse modo, têm-se como objetivo analisar o impacto da sensibilidade do fluxo de caixa das empresas brasileiras no seu nível de restrição financeira. O estudo é significativo para países emergentes onde as assimetrias de informações são mais frequentes.
A controversa relação entre sensibilidade do fluxo de caixa e restrições financeiras é um dos temas proeminentes nas finanças corporativas e contrapõem as perspectivas de Fazzari, Hubbard & Petersen (1988) frente a Kaplan e Zingales (1997). A partir do modelo proposto por Almeida, Campello & Weisbach (2004) há a possibilidade de estendê-lo com as variáveis de GC e LG para o caso brasileiro como forma de melhor moderar os efeitos na redução das assimetrias de informação seja pela maior transparência na gestão como na maior proximidade das empresas aos centros financeiros.
A pesquisa analisa a sensibilidade do fluxo de caixa das empresas não financeiras listadas na B3, no período de 2009 a 2016. A amostra analisa a entrada/saída nos diversos níveis de GC. Além da distância geográfica das empresas ao principal centro financeiro do Brasil (B3). Para tanto, utilizou-se a regressão com dados em painéis, sendo um painel desbalanceado, pelo método dos Mínimos Quadrados Ponderados (MQP), visto que proporcionam elevado número de observações para a análise. O modelo econométrico utilizado é uma extensão do proposto por Almeida, Campello & Weisbach (2004).
O estudo apresenta resultados semelhantes ao de Fazzari, Hubbard & Petersen (1988), com sensibilidade do fluxo de caixa positiva para empresas restritas. Em oposição as expectativas iniciais, maiores níveis de governança não contribuem para minimizar a retenção; assim como, as empresas mais próximas a B3 apresentam retenção superior. A relação negativa entre investimento e retenção pode evidenciar a preferência dos gerentes ao autofinanciamento frente a captação no mercado. Neste contexto, o trabalho discute a necessidade de interiorizar a bolsa para maior acesso ao mercado pelas empresas.
O estudo contribui para analisar a relação entre sensibilidade do fluxo de caixa e restrição financeiras em países emergentes, com poucos estudos direcionados a esse contexto, mas que apresentam elevada divergência frente aos países desenvolvidos. Neste sentido, espera-se que o trabalho contribua para analisar o contexto de restrição brasileiro. Por fim, novas pesquisas podem ser realizadas para complementar e agregar as teorias já existentes e proporcionar maior debate ao assunto.
ALMEIDA, H., CAMPELLO, M., & WEISBACH, M. (August de 2004). The Cash Flow Sensitivity of Cash. Journal of Finance, 59(4), 1777–1804 . FAZZARI, S., HUBBARD, R., & PETERSEN, B. (1988). Financing Constraints and Corporate Investment. Brookings Papers on Economic Activity(1), 141-206. KAPLAN, S. N., & ZINGALES, L. (February de 1997). Do investment-cash flow sensitivities provide useful measures of financing constraints? Quarterly Journal of Economics, 112(1), 169-215.