Resumo

O atual contexto e a readequação do sistema capitalista exigem que as empresas desempenhem ações voltadas ao coletivo, gerando benefícios mútuos na interação da empresa com diversos stakeholders Para isso, torna-se necessário que seus gestores e colaboradores estejam preparados para tal mudança de paradigma necessitando de uma aprendizagem transformadora para auxiliar nesse processo.

Diante do exposto, a questão norteadora da presente pesquisa é: como a aprendizagem transformadora pode promover a criação de valor compartilhado para uma organização? Para tanto, esse artigo tem como objetivo analisar como o processo de aprendizagem transformadora de gestores corporativos pode promover a criação de valor compartilhado para os indivíduos, a organização e o ambiente na qual estão inseridos.

As principais características de aprendizagem transformadora envolvem viver em comunidade e dinâmicas de grupo; diversidade de pedagogias; aprendizagem e cocriação; espaços para momentos de epifania e inspiração. Compreende a convivência no ambiente educacional, fazendo com que os envolvidos vivam em comunidade durante curtos ou longos períodos de tempo, dependendo da duração do curso. Assim, a aprendizagem reside na mudança de visão das coisas, e a função dos educadores, diante dessa perspectiva, passa a ser de transformar a visão de mundo de seus aprendizes (Blake, Sterling, Goodson, 2013).

O método adotado foi a pesquisa ação participante, pois este tipo de pesquisa prevê a realização de uma ação de caráter transformador (Kemmis & Mctaggart, 2007). Neste método não há a separação entre sujeito e objeto, pois os pesquisados são também sujeitos da pesquisa e participam na sua construção de forma colaborativa. Além disso, une teoria e prática, pois leva a teoria a campo e lá executa uma ação em conjunto com os pesquisados (Brandão, 1984; Thiollent, 2003; Kemmis & Mctaggart, 2007).

Foram seguidos os passos propostos por Kemmis e McTaggart (2007): (1) planejar que consiste em coletar todos os dados necessários e, conjuntamente, planejar a ação que será realizada; (2) agir e observar, ou seja, é o momento da ação propriamente dita, que deve ser observada cuidadosamente para que seja gerada uma riqueza de dados que servirão para alimentar a reflexão; e (3) refletir, conjuntamente com os pesquisados sobre a ação realizada, para entender o que emergiu da ação e, se necessário, fornecer insumos para um novo planejamento, de uma nova ação.

O presente trabalho busca contribuir para o desenvolvimento de lideranças de forma holística, buscando compreender um processo de transformação, não só individual, mas também, coletivo. Percebeu-se, em um pequeno espaço de tempo, uma mudança social e de valores na região, a qual, a partir das interações e das trocas, construiu uma solução colaborativa para um de seus problemas.

CRANTON, P., TAYLOR, E. W. (2012). Transformative Learning Theory: seeking a more unified theory. In: TAYLOR, E. W. e CRANTON, P. (Eds). Handbook of Transformative Learning: Theory, Research and Practice. San Francisco: Jossey-Bass, p.3-20. STERLING, S. (2011). Transformative Learning and Sustainability: sketching the conceptual ground. Learning and Teaching in Higher Education. n.5, p.17-33. TAYLOR, E. W. (2010). Fostering Transformative Learning. In: MEZIROW, J e TAYLOR, E. W. (Eds.). Transformative Learning in Practice. San Francisco: Jossey-Bass, p.3-17.