Resumo

Título do Artigo

PROCESSO DE FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS EM PEQUENAS EMPRESAS FAMILIARES
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Palavras Chave

Políticas de gestão de pessoas
Pequenas empresas familiares
Política organizacional

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Políticas, Modelos e Práticas

Autores

Nome
1 - Talita Bernardi Goettems
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO (UPF) - PPGAdm/FEAC
2 - Denize Grzybovski
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO (UPF) - PPGAdm/FEAC
3 - André da Silva Pereira
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO (UPF) - FEAC

Reumo

A pesquisa acadêmica brasileira sobre gestão de pessoas tem adotado a abordagem estratégica de recursos humanos (LACOMBE; CHU, 2008; DEMO, 2011), razão pela qual emergem estudos que seguem a orientação de Demo (2011), de relacionar políticas e práticas de gestão de pessoas a outras variáveis de comportamento organizacional e diferentes perspectivas metodológicas. Independente do porte da empresa, as políticas de gestão de pessoas são orientações gerais sobre como as pessoas são tratadas na organização (ARMSTRONG, 2009).
Pouco se sabe sobre o tema política de gestão de pessoas nas pequenas empresas familiares razão pela qual questiona-se como as pequenas empresas familiares definem as suas políticas de gestão de pessoas no interior do Estado do Rio Grande do Sul.O objetivo do estudo é compreender o processo de formulação das políticas de gestão de pessoas em pequenas empresas familiares pela percepção dos trabalhadores. Para tanto foi utilizada a escala de percepção de políticas de gestão de pessoas (EPPGP) desenvolvida por Fiuza (2008), adaptada à realidade investigada.
Nas empresas familiares, as políticas de gestão de pessoas tem papel relevante em razão das peculiaridades deste tipo organizacional (TORRÈS; JULIEN, 2005; LACOMBE; CHU, 2008; VIEIRA et al., 2015). As competências dos trabalhadores, as habilidades e as atitudes das demais pessoas que estabeleciam algum tipo de relação com a empresa eram ignoradas, o que fez administradores acreditarem que a política da gestão de pessoa deveria seguir a perspectiva paradigmática do funcionalismo estrutural, que concebe pessoa humana um recurso (CHANLAT, 1994; AKTOUF, 2004), como foi até os anos 1990.
Trata-se de uma pesquisa de campo com abordagem quali-quantitativa dos dados coletados no município de Tapejara, no Estado do Rio Grande do Sul.O universo de investigação é formado por 115 empresas de pequeno porte familiares. A amostra probabilística aleatória é composta por 54 empresas e 113 trabalhadores. Os critérios de inclusão de empresas foram os estabelecidos pelo SEBRAE. O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionário estruturadas em três blocos, o terceiro bloco referente a escala de percepção de políticas de gestão de pessoas, adaptado de Fiuza (2008).
A prática de patrocínio do ensino formal não é comum nas pequenas empresas brasileiras, exceto quando se trata dos membros da família proprietária (LODI, 1998; GRZYBOVSKI, 2002). Tal prática ficou evidente nas empresas investigadas, pois quando o trabalhador é da família, o investimento na sua formação é concedido. Na pequena empresa familiar, em razão da informalidade presente nas relações, os trabalhadores evidenciam que tem a liberdade da palavra, contudo ela é cerceada pelo reconhecimento de que há limites implícitos, esses limites estão representados em pertencer ou não à família.
A presença física do proprietário e dos membros da família proprietária estruturam as relações de trabalho, determinam o modo de pensar e de ver o mundo, bem como estabelecem os limites abstratos das ações do trabalhador, que percebe isso e traduz por meio da expressão “eu não sou da família”. Sendo assim, o pressuposto de que a política de gestão de pessoas neste extrato organizacional é definida pela e para a família proprietária, considerando seus costumes e tradições à margem das orientações estratégicas e das necessidades de mercado é confirmada.
AKTOUF, O. A administração entre a tradição e a renovação. São Paulo: Atlas 1996. ARMSTRONG, M. Armstrong´s handbook of human resource management practice. 11.ed. London: Kogan Page, 2009. CHANLAT, J. F. O significado da pessoa na gestão de recursos humanos: uma perspectiva sócio-antropológica. Organizações & Sociedade, v. 2, n. 3, p. 7-34, 1994. DEMO, G. et al. Políticas de gestão de pessoas no novo milênio: cenário dos estudos publicados nos periódicos da área de Administração entre 2000 e 2010. Revista de Administração Mackenzie, v. 12, n. 5, p. 15-42, Out. 2011.